ARTIGO IBEF

Desdobramentos do uso das Inteligências Artificiais na pauta ESG

Cabe às empresas começar a pensar de forma efetiva e estratégica em sua estrutura de governança, com o objetivo de identificar riscos e oportunidades

IBEF-ES

Foto: Freepik
*Artigo: Renan Martins Possatto Lyra - Advogado, Sócio-fundador e CEO da MF&L Advogados. Membro IBEF Academy e do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES.

Ao analisar os tópicos mais relevantes observados nos dias atuais, sem dúvidas, a Inteligência Artificial (IA) figura como ponto de destaque, transformando a sociedade e o mercado ao automatizar tarefas, realizar pesquisas, fornecer respostas eficazes e liberar recursos para tarefas de alto valor agregado.

Da mesma forma, a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) também faz parte dos temas emergentes atualmente. 

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Este fato é comprovado em pesquisa realizada pela Opinion Box em 2022, que demonstra que 67% dos consumidores brasileiros têm o hábito de procurar informações sobre as práticas ESG de uma empresa antes de adquirir seu produto.

Nesse compasso, ao observar as duas tendências citadas e a importância que cada uma desempenha na sociedade, surge a pergunta: Existe correlação entre a pauta ESG e o uso de inteligência artificial?

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A respeito dos temas balizados, é possível perceber inúmeros pontos de convergência. Inicialmente, pode-se afirmar que as IAs e o ESG não são mais discussões do futuro, já são realidade. 

O uso do digital nas empresas é fundamental para implementar práticas sustentáveis e facilitar a coleta de dados, além de automatizar processos de maneira eficiente e segura.

Por outro lado, o ISSB (International Sustainability Standards Board) já demonstra movimentação preponderante ao aumentar os requerimentos de divulgação das informações de sustentabilidade com ótica empresarial, assim como é a informação contábil, alterando a forma como o consumidor, os stakeholders e os investidores olham para as empresas que possuem práticas sustentáveis em sua atuação.

Nesse sentido, ao observar a demanda de execução das temáticas de forma prática, os tomadores de decisão devem se perguntar: como está o posicionamento e a estratégia prática em relação ao ESG? 

A governança é capaz de identificar riscos e pontos de melhoria? É capaz de transformar oportunidades e as soluções utilizadas internamente em informações relevantes para os investidores e stakeholders? 

As IAs têm sido utilizadas para acelerar o processo de pesquisa, controle de dados e ética no uso dos algoritmos operados por essa tecnologia?

Assim, é possível identificar formas de como a Inteligência Artificial poderá ajudar no desenvolvimento da pauta ESG nas empresas, como, para identificar e criar padrões complexos, identificar riscos ESG, a exemplo das mudanças climáticas, práticas trabalhistas e de governança corporativa; a utilização das Blockchains para criar registros imutáveis e transparentes de práticas corporativas e a IoT (Internet das Coisas) para possibilitar a coleta em tempo real de dados ambientais, o que resulta em uma gestão mais eficaz e responsável dos recursos.

Em síntese, é fácil concluir que, à medida que as IAs continuam a se desenvolver, novas soluções tecnológicas inovadoras surgirão para tornar os setores financeiro, pessoal e governamental cada vez mais sustentáveis. 

Cabe às empresas começar a pensar de forma efetiva e estratégica em sua estrutura de governança, com o objetivo de identificar os riscos e oportunidades inerentes às duas pautas.

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