Economia

Novo padrão da gasolina: saiba o que muda no seu carro e no seu bolso

A primeira fase de mudanças começou a valer nesta segunda-feira (3). Isso não quer dizer que o novo padrão de combustível já será encontrado à venda no ES

Foto: Reprodução TV Vitória

A gasolina vendida no Brasil ganhou um novo padrão. Nesta segunda-feira (3), passou a valer a primeira fase das mudanças na fórmula previstas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Agora, as produtoras de combustível terão que comercializar aos distribuidores o produto com octanagem mínima em Research Octane Number, RON, 92. As mudanças também poderão ser sentidas no desempenho e no valor do produto, que no estado, de acordo com levantamento da Secretaria da Fazenda do ES, Sefaz, sofre com diversas variações desde maio.

O novo padrão de gasolina brasileiro mudará o combustível que o consumidor está acostumado. Além da octanagem, a massa específica - densidade - também sofrerá modificações, ficando em mínima de 715 kg/m³, tornando o produto mais eficiente e com possibilidade de reduzir o consumo de gasolina por quilômetro rodado. A economia, segundo a Petrobras, pode chegar aos 5%, em média, dependendo das características de cada motor.

De acordo engenheiro e mestre em engenharia química Magmir Metzker Soares, o novo padrão proporciona um melhor desempenho do motor. “Quando você fala de densidade, ele gera mais energia, gera um desempenho melhor. Por ser mais denso, é mais econômico. Por ser de alta octanagem, evita danos ao motor por queima prematura, não queimando gasolina à toa.”, revela.

Segundo a ANP, as distribuidoras terão prazo adicional de 60 dias para se adequar e as revendedoras de 90.

Chegada ao ES

Apesar das mudanças anunciadas começarem a valer nesta segunda-feira, isso não quer dizer que a "nova gasolina" já será encontrada para venda no estado. É o que aponta o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Espírito Santo, o Sindipostos. “A chegada do novo produto aos capixabas dependerá mais dos estoques das distribuidoras e da sua logística. Em média, os postos do Espírito Santo renovam seus estoques a cada semana.”, pontua.

O sindicato informa ainda que a alteração do preço ao consumidor final dependerá de como ele se comportará da produção para a distribuição e da distribuição para os postos.

Estado já sofre com variações de preço

As variações no combustível capixaba já vem sendo sentidas pelo consumidor final há pelo menos três meses. Com o preço sendo definido pelos distribuidores, de acordo com levantamento da Sefaz, os postos do Espírito Santo iniciaram o mês de maio vendendo a gasolina a R$ 3,88. Já no início deste mês, ela estava sendo vendida a R$4,26.

Assim, em pouco mais de três meses o combustível do estado sofreu uma variação de R$0,38. Já para o novo padrão de gasolina, a Sefaz ressalta que não há uma previsão de aumento no preço final para o consumidor capixaba.

Padrão europeu

A nova metodologia já é adotada na Europa e é mais adequada às novas tecnologias de motores que já estão chegando ao mercado brasileiro. Essa mudança será utilizada juntamente com o Motor Octane Number, MON, que já é um parâmetro atualmente.

Magmir pontua que essa aproximação com o padrão europeu traz vantagens até para carros de menor potência. “Quando você pensa numa gasolina no Brasil, você não gera contaminações, tem um desempenho melhor, o carro anda melhor, mesmo com carros de menor potência. Ainda assim, terá mais desempenho no carro do dia a dia. O motor tem mais vida útil. Evita impurezas”, informa.

O novo padrão de gasolina também dificulta fraudes no combustível, combatendo o uso de produtos de baixa qualidade para adulterar o combustível destinado ao consumidor.

Petrobras se adianta

Aproveitando essa primeira fase, a Petrobras adiantou mudanças na fórmula previstas pela ANP para 2022. A empresa passou a comercializar aos distribuidores o combustível com octanagem RON 93 e busca gerar qualidade ao produto. “Ajustamos nossos processos de refino e estamos prontos para antecipar o padrão de qualidade previsto para 2022. Desta forma, garantimos a qualidade superior da gasolina produzida nas refinarias da Petrobras”, afirma Anelise Lara, diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras.

Com a antecipação, a Petrobras passa a produzir toda a gasolina comum já nos padrões exigidos pela ANP. A mudança, no entanto, não necessariamente deve ser acompanhada pelas demais produtoras, que, por enquanto, devem seguir o padrão de 92 RON.

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