Economia

Tarifa de energia elétrica para a indústria do Espírito Santo é a segunda mais cara do país

A constatação é da pesquisa Perfil da Indústria nos Estados, divulgada pela CNI. Preço médio do MWh para as indústrias capixabas é de R$ 617,40, 21,9% maior que a média nacional

Energia elétrica é a segunda mais cara do país para as indústrias do Espírito Santo Foto: ​Divulgação

A indústria do Espírito Santo paga a 2ª tarifa de energia mais cara entre entre todas as unidades da Federação. A constatação é da pesquisa Perfil da Indústria nos Estados, divulgada neste domingo (01) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo o estudo, o preço médio do megawatt-hora (MWh) para as empresas capixabas do ramo industrial, em 2015, foi de R$ 617,40. O valor é 21,9% maior que a média nacional, que é de R$ 506,40, de acordo com a CNI. Somente no Rio de Janeiro, onde o valor médio do MWh foi de R$ 634,50, as indústrias pagam mais caro pela energia.

O levantamento constatou ainda que o peso da indústria capixaba no Produto Interno Bruto (PIB) aumentou de 38,6% para 40,5%. No entanto, o Espírito Santo - ao lado de Amapá (de 7,7% para 13,2%), Maranhão (de 16,8% para 19%) e Rio de Janeiro (29,8% para 30,5%) - foi uma das exceções. 

De acordo com o estudo, os outros 22 estados e o Distrito Federal apresentaram queda na participação do PIB, entre 2010 e 2013. No mesmo período, o peso da indústria no PIB nacional caiu 2,5 pontos percentuais, de 27,4% para 24,9%.

Segundo o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, os resultados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo foram influenciados pela indústria de extração de petróleo, que registrava crescimento até 2013. "A Operação Lava Jato e a queda do petróleo no mercado internacional certamente mudaram esse quadro de lá para cá", explica.

O maior recuo ocorreu na Bahia, onde a participação da indústria na economia do estado caiu 6,6 pontos percentuais, de 27,1% em 2010 para 20,5% em 2013. Em seguida, vêm Amazonas, com retração de 5,7 pontos (de 42,7% para 37%) e Tocantins, com queda de 4,3 pontos (de 21% para 16,7%).

Responsável pelo maior parque industrial do país, São Paulo está em quarto lugar, com retração de 4,2 pontos percentuais, de 27,1% para 22,9%. A perda de espaço refletiu-se na queda da participação do estado na composição nacional da produção industrial. Em 2010, São Paulo concentrava 32,1% de todos os produtos industrializados fabricados no país. A proporção caiu para 28,6% em 2013.

"Em tese, o fenômeno observado em São Paulo até poderia significar que a indústria transferiu-se para outros estados, mas como a queda ocorre em quase todo o país, o problema é generalizado e decorre da baixa competitividade da indústria brasileira", ressaltou Fonseca.

Ações para reverter perdas

O gerente executivo da CNI atribui o desempenho da indústria à baixa competitividade, que impede o setor de exportar mais e de concorrer em pé de igualdade com os produtos importados. Ele sugere quatro eixos de ações para reverter o problema: redução da burocracia, aceleração do programa de concessões de infraestrutura, política agressiva de abertura de mercados externos e reforma tributária que unifique as alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e elimine os tributos cumulativos (cobrados repetidamente em cada etapa da produção).

Para Fonseca, as empresas também precisam contribuir, melhorando a qualificação dos funcionários, revisando processos de produção e investindo em pesquisa e inovação para aumentar a produtividade. Os governos estaduais, ressalta, devem investir em obras locais de infraestrutura e melhorar o ensino médio e a segurança, tarefas de competência das unidades da Federação. “Um governador tem mais sucesso em atrair fábricas por meio de ações estruturantes do que por meio da guerra fiscal", disse.

Com informações da Agência Brasil

Pontos moeda