Economia

Cadeia de Valor: parcerias entre grandes e pequenas empresas favorecem o Estado

Para se integrar às empresas locais que lhe fornecem produtos e serviços, a Fibria criou o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação; mais de 600 empresas do ES foram certificadas

Com a parceria, uma pequena oficina de três funcionários se tornou uma empresa de 600 funcionários e 75 mil m² Foto: Divulgação

A presença de uma grande empresa fomenta o surgimento de novas empresas ao seu redor. Com isso, a corporação de maior porte consegue fornecedores com melhores preços e favorece também a região, aumentando a geração de emprego e, ainda, capacitando a população local para diferentes atividades. Esse é o tema da segunda reportagem da série Cadeia de Valor, exibida no Jornal da TV Vitória desta terça-feira (08).

Assim é formada uma cadeia produtiva e na Indústria da Floresta não é diferente. Para se integrar às empresas locais que lhe fornecem produtos e serviços, a Fibria criou o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação (Prodfor). Atualmente, já são mais de 600 empresas capixabas certificadas.

“Eu acredito que um programa dessa monta nada mais é que um programa de responsabilidade social, um círculo virtuoso que instala na cadeia”, disse o gerente de suprimentos Fibria, Paulo Edson Vieira, sobre o programa.

Luiz Cordeiro e Antônio Brandino são dois capixabas que acreditam na parceria com a Fibria para crescer. Um na indústria, outro, na floresta. Mas ambos na produção de madeira e celulose.

A história do Luiz, que atualmente é presidente de uma empresa de engenharia de manutenção, começou a 30 anos, nas instalações da Fibria. Aos 23 anos, o rapaz percebeu que poderia passar de funcionário para prestador de serviços. A oficina de reparo de motores, que começou numa área de 20m² e com apenas três pessoas trabalhando, tem 600 empregados permanentes, 1.200 contratados por projetos e 75 mil m².

“A Estel começou como uma pequena oficina de reparo de motores elétricos, que era a minha especialidade. Com a ajuda de dois outros sócios, que eram os captadores de serviços, a gente começou ali e fomos evoluindo. Depois incrementamos outras atividades. Hoje, desenvolvemos engenharia de manutenção com contrato em vários clientes e somos referência no Brasil no segmento de papel e celulose”, explicou.

Outro negócio que se estabeleceu nesta cadeia foi o da comunidade quilombola do Córrego São Domingos, de São Mateus. Antônio Brandino se juntou a 25 trabalhadores rurais e passaram a oferecer a própria mão de obra. “Nós pegamos umas áreas muito feias, mas nós conseguimos derrubar elas”, contou seu Antônio.

De olho na oportunidade, a Fibria fechou negócio com os quilombolas, que têm que cuidar de dez hectares de plantações, o equivalente a dez campos de futebol todos os dias. A partir daí eles se reuniram em cooperativa e se tornaram a única comunidade quilombola do Brasil que presta serviço para uma grande empresa.

O contrato de prestação de serviço exige que as atividades sejam realizadas dentro dos padrões de higiene e segurança e das normas ambientais e operacionais como qualquer empresa de grande porte. “Hoje minha vida é outra, eu tenho a minha casa e não falta nada a minha família”, afirmou Valdete Jerônimo, diretor administrativo-financeiro da Cooperativa São Domingos.

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