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Professores fazem protesto dentro da prefeitura de Cariacica e esperam chegada de prefeito

Professores do município de Cariacica realizam protesto dentro da prefeitura Foto: Divulgação

Os professores de Cariacica estão realizando um protesto dentro da prefeitura do município nesta quarta-feira (14). Eles aguardam a chegada do prefeito Juninho para decidir os rumos da greve. 

Aproximadamente 50 pessoas estão participando da manifestação. Eles levaram vários cartazes e fazem apitaço. A prefeitura do município informou através de nota que será realizada uma reunião com o prefeito Juninho às 15 horas e que os professores permanecerão na prefeitura. 

De acordo com o Sindiupes (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo), a categoria reivindica reajuste salarial e recomposição das perdas inflacionárias.

Por meio de nota, a Prefeitura de Cariacica disse que representantes do movimento grevista dos professores do município devem se reunir com o prefeito Juninho às 15 horas. A prefeitura informou que ofereceu um reajuste fracionado ao magistério de 6%, sendo 4% em abril, 1% em julho e 1% em outubro.

Os professores da rede municipal de Cariacica estão em greve desde o dia 5 de maio. Nesta quarta-feira (14), 14 escolas estão paralisadas, 28 parcialmente paralisadas e 61 escolas estão funcionando normalmente. Segundo a prefeitura, dos 3216 professores municipais, 360 aderiram à greve. A estimativa da Seme é que em torno de 5 mil alunos estejam sem aula.

Na manhã desta quarta-feira (14), outro grupo de professores se reuniu em frente a Associação Espírito Santense do Ministério Público, no bairro Bento Ferreira, em Vitória, para decidir os rumos da greve que já dura 30 dias. 

Reivindicações

A pauta de reivindicações dos professores estaduais em greve possui 14 pontos. Dentre eles está a reposição inflacionária na folha de pagamento, aumento no auxílio alimentação, além de mais investimentos do governo na área da educação.

O ponto que gera mais atrito entre governo e categoria é a reposição inflacionária. Os professores pedem, pelo menos, o aumento de 5,91%, o que corresponde à inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No início do ano, o governo concedeu aumento de 4,5% e diz que não tem como conceder aumento devido à lei eleitoral que proíbe o governo de conceder aumento seis meses antes das eleições.

Os protestos

Têm sido frequentes as manifestações dos professores estaduais em greve, normalmente após assembleias e no início da tarde. Os protestos acontecem principalmente em Vitória, mas também há registros de manifestações no interior do Estado. No último protesto, 700 professores saíram em passeata na sede do Sindicato dos Bancários, ao lado do colégio Salesiano, em Vitória, até a sede da Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo (Sedu).

Cronologia da greve

>> Em março, a categoria entregou uma pauta de reivindicações aos deputados estaduais. Os professores exigem o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação e a destinação de 10% do PIB para a educação pública; e contra a proposta dos governadores de reajuste do piso somente pelo índice da inflação.

>> No dia 17 março, um protesto realizado pelos professores terminou em conflito com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Serra. Os docentes foram às ruas pedir mais valorização da classe. A polícia exigia que os professores ocupassem apenas uma faixa da via. Com a recusa do grupo, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

>> No dia 18 de março, mais de 5 mil professores se reuniram em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) em uma nova manifestação. Os manifestantes atravessaram a Terceira Ponte e, em seguida, foram para o Hortomercado, em Vitória, onde se reuniram com profissionais de diversos municípios capixabas.

>> Em 8 de abril, após uma assembleia, os profissionais decidiram entrar em greve e pararam o trânsito. Eles se concentraram na Praça Getúlio Vargas, na Capital, e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta.

>> No dia 22 de abril, a categoria se reuniu com o governo do Estado para discutir as pautas de reivindicações dos professores. A reunião não chegou a nenhum acordo. O Sindiupes diz que o governo não apresentou nenhuma proposta para o fim da paralisação.

>> Na quarta-feira (23), a categoria decidiu em assembleia que a greve continua por tempo indeterminado. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, cerca de 70% das escolas estaduais estão sem aulas com a paralisação dos professores.

>> Em 29 de abril, os professores realizaram uma nova assembleia onde foi decidido que a greve continua por tempo indeterminado e um novo protesto aconteceu. A manifestação reuniu cerca de 300 manifestantes, de acordo com a central de videomonitoramento de Vitória, e percorreu a avenida Vitória, Beira-Mar, até chegar ao Palácio Anchieta, em Vitória.

>> No dia 30 de abril, quando a greve completa 22 dias, cerca de 500 professores fizeram mais uma passeata e interditaram o trânsito em diversas vias da Capital. Com carro de som e faixas, os manifestantes passaram pela Praça do Papa, na sede da prefeitura de Vitória e terminaram a passeata no Palácio Anchieta.

>> Reuniões aconteceram na última terça-feira (6) em municípios e nesta quarta-feira (7), em nova assembleia, foi decidido que a greve continuaria por tempo indeterminado.

>> Ainda na quarta-feira (7), os professores realizaram uma manifestação que reuniu 700 pessoas e complicou vários pontos de vias importantes da Capital. A manifestação terminou na Secretaria de Estado da Educação (Sedu), na Avenida Vitória.

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