Pesquisa pretende melhorar produtividade da batata-baroa no ES
O projeto é coordenado pela pesquisadora Sarah Ola Moreira, doutora em melhoramento genético de plantas, e possui financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes)
Com o objetivo de melhorar o desempenho agronômico da mandioquinha-salsa (batata-baroa) na Região Serrana do Estado, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está iniciando um projeto de pesquisa na área de melhoramento genético. Essa iniciativa também pretende avaliar métodos de produção de mudas a fim de elevar a produtividade da cultura.
O projeto é coordenado pela pesquisadora Sarah Ola Moreira, doutora em melhoramento genético de plantas, e possui financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes). O nome oficial do projeto é “Métodos de produção de mudas e desempenho agronômico de genótipos de Mandioquinha-Salsa na Região Serrana do Estado do Espírito Santo”.
De acordo com a pesquisadora, o objetivo do trabalho é comparar o efeito de diferentes métodos de pré-brotação das mudas na produtividade de seis genótipos de batata-baroa, bem como o desempenho agronômico e a qualidade das raízes desses materiais na Região Serrana do Espírito Santo.
“A busca por genótipos mais adaptados às regiões de cultivo, bem como a identificação do melhor manejo a ser empregado nesses materiais genéticos, em conjunto, resultarão em maior produtividade com menores custos. Com esse projeto, espera-se associar tais necessidades ao estudar o comportamento de seis materiais genéticos de mandioquinha-salsa na Região Serrana do Espírito Santo e identificar a melhor forma de obtenção das mudas para os genótipos testados”, afirmou a pesquisadora.
Ela disse que, com isso, será preenchida uma lacuna no conhecimento técnico-científico gerado até o momento sobre o tema e auxiliará o produtor a ter maiores rendimentos em sua lavoura, utilizando uma técnica simples, mas de impacto econômico positivo.
Impactos econômicos do projeto
De acordo com a pesquisadora, estima-se que a não utilização da pré-brotação das mudas de mandioquinha-salsa provoca até 30% de falha da população inicial dos plantios comerciais. “Mesmo que seja feito o replantio nessas falhas, a desuniformidade da lavoura e a mão de obra utilizada nesta tarefa causam prejuízos aos produtores rurais. A técnica da pré-brotação é simples e de baixo custo e a redução das falhas é significativa. Com a pré-brotação, o produtor ainda pode fazer a seleção das mudas a serem plantadas, aumentando a qualidade das plantas e das raízes”, destacou Sarah.
Ela explicou que os genótipos a serem plantados devem ser adaptados ao ambiente de cultivo, uma vez que pouco adiantará ter mudas de boa qualidade se as condições climáticas não forem adequadas para o bom desenvolvimento do material genético utilizado.
Por outro lado, a falta de cultivares de mandioquinha-salsa disponíveis no mercado, e devido ao fato de a espécie ser plantada comercialmente via propagação vegetativa, há uma grande uniformidade genética dos plantios, o que é um risco de, com a introdução de uma nova praga ou doença, grande parte dos plantios sofrerem danos consideráveis.
“Os resultados desse projeto poderão beneficiar os produtores familiares por responder quais os genótipos são mais produtivos e dão raízes de melhor qualidade na Região Serrana e qual método de produção de mudas reduzirá o percentual de falhas no plantio, aumentando a produtividade”, explicou Sarah.