Seca deve afetar até 60% da produção de café e 40% da do leite em Colatina
Colatina decretou situação de emergência na última quarta-feira (23), após forte estiagem atingir o município do noroeste do Estado. Há comunidades sem água
A estiagem e o sol forte começam a afetar o Espírito Santo e o primeiro município que sofre com o clima é Colatina, no noroeste do Estado. O prefeito Leonardo Deptulski já decretou situação de emergência na última quarta-feira (23). O secretário de Desenvolvimento Rural, o engenheiro agrônomo, Ricardo Pretti, afirmou que a situação é bem crítica.
“Temos algumas comunidades que já não tem mais água, elas estão sendo abastecidas com carro pipa”, contou Pretti.
O rio Santa Joana que atravessa cinco municípios capixabas e desemboca em Colatina, há mais de trinta dias não passa na cidade. A precipitação de chuva que costuma girar em torno de 900 a 1100 milímetros de água anualmente, este ano alcançou apenas 302 milímetros, um terço do mínimo que deveria ter chovido, explicou o secretário.
A cidade de Colatina é abastecida pelo rio Doce e não apresenta problemas de abastecimentos. No interior, a água já está em falta, e além dos carros pipas, os agricultores estão sendo orientados a procurar agentes financeiros para contabilizar as perdas na lavoura.
O café e o leite, principais produtos do município, já apresentaram reflexos negativos graças a estiagem. O café na próxima safra pode chegar a uma perda de 60%, enquanto a agropecuária leiteira, já sente de imediato as perdas, que somam uma redução em 40%.
Para tentar conter a situação a Prefeitura Municipal de Colatina trabalha em parceria com o produtor rural. De acordo com o secretário barragens e aberturas de caixas secas tem sido feitas para amenizar o problema.
De acordo com um relatório da Defesa Civil Estadual, 46 municípios decretaram situação de emergência ou calamidade pública no Espírito Santo por conta da estiagem. A maioria no início do ano nos meses de janeiro e fevereiro.