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Comerciantes de mini shopping incendiado em Guarapari calculam prejuízo de R$ 400 mil

Segundo os lojistas, perda é ainda maior se for considerado o fato de eles não terem tido condições de trabalhar no feriado, quando o número de vendas aumenta

Incêndio destruiu completamente o centro comercial na Praia do Morro, na última quarta-feira Foto: TV Vitória

Os comerciantes que atuavam no mini shopping atingido por um incêndio na última quarta-feira (19), na Praia do Morro, em Guarapari, estimam que sofreram um prejuízo de pelo menos R$ 400 mil em mercadorias. O fogo que atingiu o centro comercial destruiu tudo que eles tinham no local.

Segundo os lojistas, a perda é ainda maior se for considerado o fato de eles não terem tido condições de trabalhar durante o último feriado, época em que turistas costumam lotar o município e quando o número de vendas aumenta significativamente.

"Os expositores tinham comprado a mercadoria, fazendo estoque para esses feriados. É uma época de ganhar dinheiro e eles estavam apostando tudo o que tinham nesse feriado. E, no entanto, perdemos tudo", lamentou o administrador do centro comercial, Ronaldo Cardoso Dias.

Para tentar minimizar tantos prejuízos, os comerciantes se organizaram, fizeram um abaixo-assinado e deram entrada na Prefeitura de Guarapari, num pedido de alvará. A ideia é conseguir logo um outro local para continuar com a feira.

"Nós fizemos um requerimento, junto à prefeitura, pedindo um alvará para botar num lugar alternativo durante sete meses. Nós queremos só um lugar para a gente trabalhar, para recomeçar", frisou Ronaldo.

Um dos comerciantes afetados pelo incêndio é o Marcelo Luiz Vasconcelos. Segundo ele, é difícil olhar para trás quando é preciso pensar no futuro. "Ficar olhando todo dia para as cinzas não vai levar ninguém a nada. A gente quer, na verdade, falar em ganhos. Então eu acho que se nós tivermos um espaço para recomeçar, a gente já está feliz", ressaltou.

Já Alex Sandro Machado de Lima vendia roupas e acessórios femininos no mini shopping há cerca de dois anos e diz que é muito difícil lidar com o que aconteceu.

"Nós estamos sem rumo. Muitas pessoas estão numa situação muito difícil, porque nossa renda era ali, nosso trabalho era ali. Isso sem contar os outros 200 empregos que a gente tinha direto e indireto, porque a maioria ali tinha funcionários registrados. Famílias também dependiam dali", destacou.

Prédio vizinho

Chamas também atingiram prédio vizinho ao shopping Foto: TV Vitória

Também foram afetados diretamente pelo incêndio os moradores de um prédio de dez andares, que fica ao lado do mini shopping. Eles tiveram de deixar seus apartamentos e ainda não sabem quando poderão voltar.

A lateral do imóvel foi bastante atingida pelo fogo e as janelas e a garagem ficaram destruídas. Além disso, parte do reboco soltou e os tijolos ficaram expostos.

De acordo com a Defesa Civil municipal, é preciso aguardar os laudos dos peritos que trabalham na avaliação das estruturas.

"A gente precisa que o edifício contrate um engenheiro para que ele dê uma ART, que são Anotações de Responsabilidades Técnicas, dizendo o que foi afetado e o que tem que ser feito, para depois começar a execução da obra", explicou o coordenador do órgão municipal, Romildo Scalzer.

Ainda segundo a Defesa Civil, o prédio e a feira possuem seguro, mas as apólices cobrem apenas as partes estruturais. "O ponto comercial possui uma cobertura apenas para a estrutura de aço. Não possui seguro para os comerciantes", ressaltou Scalzer.

O incêndio começou no início da manhã da última quarta-feira. Para controlar o fogo, foram usados dez carros-pipa e mais de 100 mil litros d'água. Foram mais de 10 horas de trabalho. 

A expectativa é que o laudo do Corpo de Bombeiros, apontando as possíveis causas do incêndio, leve cerca de 30 dias para ficar pronto. "Se for necessário mais tempo, vai ser prorrogado. O que eu peço é que quem tiver vídeos do começo do incêndio, que entre em contato conosco, que mande para a gente, que isso vai ajudar a pericia", frisou o coordenador da Defesa Civil municipal.

Os telefones da Defesa Civil de Guarapari são: (27) 3261-3742 e (27) 99533-3193.

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