Polícia

Secretaria de Justiça do Espírito Santo afasta 15 agentes penitenciários de cargos de confiança

Os agentes alegam perseguição política e manipulação em conversas. As acusações são refutadas pelo secretário de Justiça do Estado. Segundo ele, os agentes foram negligentes

Agentes afastados querem reingresso  Foto: Divulgação

Agentes da Diretoria de Operações Táticas (DOT), grupo especial que atua nas unidades prisionais do Espírito Santo, perderam os cargos de confiança que ocupavam, após o vazamento de supostas conversas que ofendiam o secretário de Justiça do Estado, Eugênio Coutinho. No total, 15 servidores perderam os cargos de confiança e foram transferidos. Oito agentes teriam entregue os cargos por solidariedade aos colegas.

A informação foi confirmada pela Secretaria de Justiça do Espírito Santo e pelo próprio secretário. Nas mensagens, segundo Coutinho, além de injúrias pessoais, constavam reclamações sobre o trabalho e negligência dos servidores. “Essas conversas incluíam assuntos como festas que seriam organizadas na base de operações, e até a morte de um cão farejador. Esse cão, caro e treinado, morreu desidratado após ser esquecido dentro de um porta-malas. Isso é inaceitável”, afirmou.

De acordo com Coutinho, a transferência não foi uma forma de punição, já que os inspetores continuam ocupando outros cargos. O secretário informou ainda que foi aberto um procedimento administrativo para apurar a morte do cão.

Um dos agentes afastados, que preferiu não ser identificado, rebateu a fala do secretário e afirmou que as acusações são infundadas. “Não existiu morte de cão. Ele (secretário) diz que o cachorro morreu em janeiro. Então, por que só agora ele abriu processo?”, disse.

Para o funcionários, as conversas enviadas para o secretário são fruto de manipulações e a transferência faz parte de perseguição política. “Foi tudo manipulado. Existem quatro versões dessa conversa. É possível ver nas conversas horários alterados, datas trocadas. Quem enviou fez isso com interesses pessoais, já que esses cargos são técnicos, ocupados por pessoas capacitadas e selecionadas”, contou.

Após se sentir lesionado, o grupo transferido entrou com um processo de reingresso e danos morais na justiça. “Queremos voltar ao nossos cargos. Muitos colegas não estão trabalhando porque estão com problemas psicológicos. Fomos pegos de surpresa. Contratamos um advogado e estamos tomando as nossas providências”, explicou.

Já para Coutinho, houve quebra de confiança. “Não dá para esses servidores continuarem nos cargos que ocupavam com essas atitudes descobertas. A transferência é respaldada por lei, não existe nada de arbitrário na decisão”, concluiu.

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