Polícia

Passageiro filmado sendo agredido por PMs dentro de ônibus no ES volta ao trabalho e pede ajuda

Depois de ficar de repouso em casa, o ajudante de pedreiro Wedson Rodrigues de Oliveira conta que teve condições de voltar para o canteiro de obra

Agredido por policiais disse que procurará seus direitos Foto: TV Vitória

O homem de 30 anos, agredido por dois policiais em um ônibus do Transcol, em Vila Velha, voltou a trabalhar e agora quer mudar de vida. Depois de ficar de repouso em casa, o ajudante de pedreiro Wedson Rodrigues de Oliveira conta que teve condições de voltar para o canteiro de obras. “Eu estou tentando voltar, tentando fazer com que minha mente funcione de novo”, conta.

Mesmo após três semanas do ocorrido, Wedson ainda guarda lembranças das agressões. “Não gosto nem de lembrar da situação porque eu fico com vergonha de mim mesmo. Estou tentando caminhar de novo”, lamenta.

Casado e pai de três filhos, o ajudante de pedreiro conta que passa por dificuldade financeira e pede ajuda. “Eu ter ficado parado tanto tempo trouxe muitos prejuízos. Minhas contas de remédio aumentaram. Eu não tenho condição de comprar remédios para mim. Eu moro em um cômodo muito apertado e estou precisando de ajuda. Quem puder me ajudar, com qualquer coisa, para eu tentar caminhar minha vida", pede.

Entenda o caso
O vídeo com policiais militares agredindo um homem causou repercussão nas redes sociais. As imagens, gravadas em um celular no bairro Araças, Vila Velha, mostram um homem dominado e sendo agredido com golpes de cassetete e spray de pimenta por outro PM. As agressões só param quando as pessoas começam a protestar.

A vítima, o operador de maquinas Wedson de Oliveira, tem escoriações nas costelas e na perna. Ele se diz revoltado e envergonhado e que sua filha de quatro anos, que assistiu a tudo, está traumatizada.

Segundo o operador de máquinas, a agressão começou depois de que ele, que voltava para casa com a esposa e a filha, tentou entrar pela porta traseira do ônibus. Mesmo dizendo que pagaria a passagem, o trocador não acreditou e chamou a polícia. 

Após a confusão, Wedson foi levado para a delegacia. Lá os policiais contaram havia batido no rosto de um deles, por isso aconteceram às agressões, mas ele nega.

Ação equivocada
A vítima afirma que irá procurar a Corregedoria da Policia Militar para abrir processo contra os policiais e também entrar na Justiça contra o Estado. “Vou procurar meus direitos. Não só os policiais, mas o cobrador também tem culpa”, disse.

Para o advogado Alex Wiliam, mesmo que o operador de máquinas tivesse começado a agressão, os policiais agiram errado, pois deveriam parar com as agressões a partir do momento em que Wedson foi imobilizado. Alex considera que os policiais cometeram dois crimes: abuso de autoridade e lesão corporal.

A Corregedoria informou em nota que irá abrir inquérito e apurar o que aconteceu e se colocou à disposição de Wedson para abrir uma ação administrativa.

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