Polícia

Polícia encontra armas do exército dos Estados Unidos em apartamento de luxo em Itapoã

Apreensão foi a maior feita até hoje pela DCCV de Vila Velha. Segundo a polícia, elas eram de uma mulher conhecida como "Bruxa", apontada como chefe do tráfico em Cariacica

Armas foram encontradas no apartamento onde se escondia Iarla Brandão, presa na noite de quinta-feira Foto: TV Vitória

A polícia encontrou, na manhã desta sexta-feira (31), um verdadeiro arsenal dentro de um apartamento de luxo no bairro Itapoã, em Vila Velha. A operação foi realizada pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) do município e, de acordo com o titular da unidade, delegado Ricardo Almeida, foi a maior apreensão de armas feita até hoje pela delegacia.

Segundo a polícia, as armas - algumas utilizadas pelo exército americano em duas guerras - pertenciam a Iarla Gomes Brandão, de 28 anos, mais conhecida como "Bruxa", apontada como chefe do tráfico de drogas em Itacibá, Nova Brasília e Bairro Oriente, em Cariacica. Ela foi presa pela Polícia Militar na noite de quinta-feira (30) no mesmo apartamento onde o arsenal foi encontrado e onde ela se escondia.

No momento da prisão, a suspeita estava com os cabelos pintados de loiro, na tentativa de despistar a polícia. Contra ela, havia um mandado de prisão preventiva por tráfico de drogas. 

De acordo com a polícia, Iarla traficava em Cariacica, mas preferia se esconder na área nobre. Por isso, ela teria escolhido Itapoã para garantir o disfarce. Ela usava até o nome falso de Bruna Iara. 

Ainda segundo a polícia, ela assumiu o comando do tráfico em junho, quando o marido dela, Vanderson Gonçalves Pereira, conhecido como "Vandinho", foi preso pela Polícia Militar. Ao ser detido, na região de Jardim América, em Cariacica, Vandinho estava com duas pistolas dentro do carro e chegou a trocar tiros com a polícia. Ele já tinha passagens por tráfico, porte ilegal de arma e formação de quadrilha. Contra ele havia um mandado de prisão por homicídio qualificado.

Arsenal

Entre as armas apreendidas pela Polícia Civil no apartamento, havia pistolas, revólveres e fuzis, além de muita munição. Foram encontrados dois fuzis calibre 556, de fabricação norte-americana, usados pelo exército dos Estados Unidos; duas pistolas calibre 9 milímetros, de fabricação israelense; duas pistolas de fabricação nacional, calibre ponto 40; além de outras duas pistolas, calibres 45 e ponto 380. "Foi um grande prejuízo para o tráfico de drogas", destacou Ricardo Almeida.

De acordo com as investigações, elas eram utilizados para manter o comando do tráfico em Cariacica. As armas estavam escondidas em uma bolsa de criança, que a acusada usava para transportar roupas do próprio filho.

Para a polícia, Iarla e Vandinho podem ter ligações ainda com o tráfico internacional de armas. Os fuzis são do mesmo modelo usado pelo exército dos Estados Unidos nas guerras contra o Iraque e o Afeganistão. Nas armas, faltam peças como a coronha e a ponteira, o que leva a polícia a crer que elas entrem no Brasil desmontadas.

"A maioria das armas é de calibre restrito. Elas possivelmente foram adquiridas por meio do tráfico de armas, já que esse tipo de armamento não é de fabricação nacional. A entrada é ilícita no país", ressaltou o delegado. 

A polícia chegou ao endereço por meio de denúncias anônimas. Fotos tiradas por policiais no interior do imóvel indicam que Iarla e Vandinho ainda estavam mobiliando o apartamento de luxo com eletrodomésticos de última geração. 

De acordo com as investigações, o casal utilizava o dinheiro do tráfico para manter uma vida de ostentação. O carro que Vandinho dirigia, quando foi preso, é avaliado em cerca de R$ 180 mil. 

Iarla não tem emprego declarado, mas foi presa com cerca de R$ 10 mil na bolsa. O investimento em armamentos para manter o comando do tráfico também era alto. Segundo a polícia, só os fuzis valem, cada um, cerca de R$ 40 mil no mercado negro.

Dentro do imóvel, a polícia também encontrou documentos que ainda estão sendo analisados. Entre eles, o contrato de compra do apartamento. Ela ainda está pagando prestações e o imóvel está no nome da incorporadora.

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