Polícia

Suspeitos de matar lavrador dentro de presídio vão a júri popular em Cachoeiro

Manoel Corrêa da Silva Filho foi assassinado em novembro de 2002, dentro de presídio de Cachoeiro, horas depois de ser transferido para a unidade prisional

Preso foi assassinado dentro do presídio de Monte Líbano, em Cachoeiro de Itapemirim, em novembro de 2002 Foto: Divulgação

Oito dos 18 acusados de matar o lavrador Manoel Corrêa da Silva Filho, considerado uma testemunha-chave contra o crime organizado no Espírito Santo, serão levados a júri popular. A decisão é do juiz substituto da 1ª Vara Criminal de Cachoeiro de Itapemirim, Bernardo Fajardo Lima, que proferiu a sentença de pronúncia na manhã desta quarta-feira (24).

Manoel foi assassinado dentro da Penitenciária Regional de Cachoeiro de Itapemirim, em Monte Líbano, no dia 22 de novembro de 2002. O crime aconteceu horas depois dele chegar à unidade prisional. Antes disso, ele estava detido na carceragem da Superintendência de Polícia Federal do Espírito Santo, em Vila Velha.

O lavrador era mantido na penitenciária federal por questões de segurança, já que teria informações importantes sobre supostos integrantes do crime organizado capixaba, que na época eram investigados pelo juiz Alexandre Martins Filho. Cerca de quatro meses após a morte da testemunha, o magistrado foi assassinado quando saía de uma academia em Vila Velha, no dia 24 de março de 2003.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado (MPES), Manoel teria sido transferido de maneira indevida para a prisão onde foi morto. O presidiário teria ligação com o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, suspeito de envolvimento com o crime organizado no Espírito Santo.

Ainda de acordo com a denúncia do MPES, a morte do preso estaria ligada à sua disponibilidade em colaborar com a polícia nas investigações acerca do crime organizado no Estado. Manoel, segundo os autos, morreu após não resistir às agressões sofridas na penitenciária, fato que teria sido confirmado no laudo do exame cadavérico juntado ao processo.

Mesmo com o pronunciamento dos acusados, o júri ainda não tem data para acontecer, uma vez que ainda cabe recurso da decisão. Com relação aos outros dez réus citados no processo, cinco morreram durante o andamento da ação e os outros cinco não foram pronunciados pelo juiz.

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