Donas de canil investigado afirmam que vídeo com maus tratos é antigo e foi editado
A equipe da TV Vitória foi até o canil e foi recebida pelas donas, Letícia Medeiros de Oliveira e Nicole Presotti, que mostraram as dependências do local
As donas do canil "Blue Point", em Vila Velha, denunciadas por por maus-tratos e prática ilegal da medicina veterinária pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Espírito Santo (CRMV-ES), afirmaram que os vídeos e fotos que os animais do canil sendo submetidos à cirurgias improvisadas, aparentemente sem nenhum tipo de anestesia, são antigos e foram editados.
A equipe da TV Vitória foi até o canil e foi recebida pelas donas, Letícia Medeiros de Oliveira e Nicole Presotti, que mostraram as dependências do local. Lá, a equipe encontrou cachorros bem cuidados e ambientes limpos.
As proprietárias do canil afirmaram que os vídeos que circulam pelas redes sociais foram feitos há mais de um ano e que o local onde a cirurgia foi feita nem existe mais. Elas garantem que todo o procedimento foi feito por uma veterinária. "Na verdade, eu não sei nem operar. O que aconteceu é que realmente tinha uma veterinária ali", afirma Letícia.
É a própria Letícia quem aparece no vídeo dando os pontos em uma cachorrinha. Mas ela garante que não operou nenhum cachorro. Ela cedeu um vídeo para a reportagem que mostra a veterinária fazendo um parto, utilizando apenas luvas.
Nicole é a outra dona do canil. Ela mostra documentos no qual medicamentos foram pedidos em nome da veterinária, para a realização de cirurgias, mesmo sendo ilegal um canil ter esse tipo de serviço.
"Ela começou a fazer procedimentos cirúrgicos não só dos meus cães como de outros animais", diz Nicole. Quando questionada sobre autorizar os procedimentos mesmo sabendo que não havia regularização, Nicole fala que é "porque foi acontecendo e ela foi fazendo", diz.
Nicole afirma que nunca maltratou um animal dentro do canil. As donas do local afirmaram que o vídeo que gerou tanta polêmica foi editado. "Ela saiu e pediu que eu segurasse o instrumento para ela e desse continuação. Ela saiu da sala e foi à outra sala buscar medicamento. Nisso, ela cortou o vídeo e deixou a minha parte, como se eu estivesse operando", acusa.
Procurada pela reportagem do Folha Vitória, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Cultural informou que o CRMV formalizou a ocorrência na delegacia e as investigações acerca do caso estão em andamento.
