Política

CPI pede quebra de sigilo de agentes campeões em aplicação de multas em Vitória

“Estão com essa atitude para intimidar as pessoas que vêm depor para denunciar os abusos que essa quadrilha anda cometendo em Vitória. Ninguém pode entrar armado na Ales", disse Enivaldo

Secretário de Segurança Urbana participou de reunião da CPI dos Guinchos Foto: Divulgação/Assembleia

A relatora da CPI dos Guinchos, que investiga a aplicação de multas e o recolhimento de veículos no Estado, deputada Janete de Sá (PMN), pediu à comissão na reunião desta segunda-feira (25) a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de cinco agentes municipais considerados campeões de autuações e de chamadas de guinchos em Vitória.

A Procuradoria do Legislativo foi acionada para verificar, por meio judicial, essa possibilidade. São alvos da CPI os agentes conhecidos como Vitor, Bertolo, Escobar, Vilmes e Henrique. E para a reunião da próxima semana (1), foi convocado o presidente do Sindicato dos Guardas e Agentes de Trânsito do Espírito Santo, Eduardo Amorim.

E o clima na reunião esteve quente durante todo o tempo. Temendo que as pessoas que estavam depondo na reunião da CPI se sentissem intimidadas pela presença de guardas municipais armados, o presidente da comissão, Enivaldo dos Anjos (PSD), exigiu que os guardas municipais permanecessem desarmados no plenário Judith Leão.

“Estão aqui com essa atitude para intimidar as pessoas que vêm depor para denunciar os abusos que essa quadrilha anda cometendo em Vitória. Ninguém pode entrar armado na Assembleia”, ordenou o deputado, pedindo a intervenção do tenente-coronel Carlos Nei, que acompanha a CPI representando o comando da Polícia Militar, para identificar e desarmar os guardas civis. 

Eram depoentes enquanto Enivaldo resolvia o problema com os guardas municipais a advogada Naiara Guimarães e a moradora da Praia do Suá Marlene dos Santos. Em seu depoimento, Naiara relatou que teve seu veículo multado e guinchado apenas 15 minutos depois de ter pago o parquímetro. Já o caso de Marlene foi que sei carro foi guinchado de madrugada em local sem proibição de estacionamento.

Com a ausência do prefeito Luciano Rezende (PPS), que enviou ofício justificando a sua ausência na reunião por conta de uma licença e tendo alegado “desconcentração administrativa”, as dúvidas foram respondidas pelo secretário municipal de Segurança Urbana, coronel Fronzio Calheira Mota, a quem a Guarda Municipal está vinculada.

Embora tenha acatado a justificativa do chefe do Executivo municipal, Enivaldo dos Anjos afirmou que os proprietários de veículos são vítimas do guincho.

“A preocupação é que o secretário veio aqui defender um sistema que todo mundo condena. Temos relatos de exageros e abusos dessa quadrilha, que está roubando a população de Vitória sem nenhum diálogo. A legislação prevê o guincho como a pena máxima, mas em Vitória guinchar os veículos é a pena imediata”, apontou Enivaldo dos Anjos.

A CPI também mostrou um vídeo com parte da denúncia do Padre Edson Alexandre dos Santos, que teve o carro guinchado na rua Fortunato Ramos, em Santa Lúcia, na semana passada.

Durante o seu depoimento, o coronel Fronzio Calheira afirmou que a população foi a favor da implantação do rotativo, argumento que não foi aceito por Enivaldo.

“Se fosse tão bom assim o prefeito teria vindo aqui dar uma satisfação. A prefeitura está prestando serviço a uma quadrilha e o que a CPI quer é que se acabe com esse constrangimento. Estão entregando o galinheiro para a raposa. ”, acusou o deputado Enivaldo. 

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