Política

Senadores capixabas pressionam Dilma e reafirmam apoio ao impeachment

Dois dos três senadores do Espírito Santo já fizeram questionamentos à presidente afastada da República, que está no Senado desde a manhã desta segunda

Magno Malta discursa ao lado de Rose de Freitas Foto: Agência Senado

Dois dos três senadores do Espírito Santo já fizeram questionamentos à presidente afastada da República, Dilma Rousseff (PT), que está no Senado desde a manhã desta segunda-feira (29) respondendo aos parlamentares. 

Ricardo Ferraço (PSDB), direcionado à petista, afirmou que voto não é salvo conduto, cheque em branco ou algo que autoriza um governante a agir além da lei, em alusão aos defensores de Dilma que acusam o governo interino Michel Temer (PMDB) de ser ilegítimo pelo fato de não ter sido eleito.

O tucano acusou a presidente afastada de mergulhar o país em uma crise econômica que teve graves reflexos sociais e de atentar contra a probidade administrativa, na medida em que permitiu, na visão do senador, que a Petrobras fosse dilapidada e encobriu dos eleitores a verdadeira situação econômica do país no pleito de 2014.

"A senhora faltou com a verdade e traiu o povo brasileiro, a senhora não goza do direito de se nomear vítima", afirmou Ferraço, que perguntou à Dilma Rousseff "onde estava o seu compromisso quando praticou atos que atentaram contra a Constituição Federal".

Magno Malta (PR) foi o 14º senador a inquirir a presidente afastada e afirmou, entre outras coisas, que a sessão era significativa para a história do Brasil e que os aliados de Dilma têm espírito de cachorro, já que pretendem "morrer com o dono". "Isso é admirável", disse o senador.

Malta criticou os petistas, que tentaram justificar as "pedaladas fiscais" de Rousseff com grandes investimentos que não teriam sido feitos em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. 

Também perguntou se os marqueteiros da presidente estavam desinformados sobre a situação do Brasil, tendo em vista que foi prometido na campanha eleitoral que não haveria alta de juros.

"Quem mentiu no processo eleitoral? Foram os marqueteiros? A senhora não tinha as informações? E eu pergunto com a pureza d'alma, uma pergunta que o Brasil todo quer ouvir", disse Magno Malta.

A senadora Rose de Freitas (PMDB) ainda não questionou Dilma, mas está inscrita para fazê-lo ao final da sessão, programada para terminar por volta das 23 horas. Entretanto, em entrevista à Rádio Senado, a peemedebista classificou o debate como produtivo por conta da exposição das ideias da presidente afastada e também dos senadores.

Na opinião de Rose, a presidente não deve se safar do afastamento definitivo. "Eu não acho que ele [o placar] será inalterado. Acho que todas as falas, considerando a dela e de outros, levam à avaliação muito ampla do momento de dificuldade política e econômica", afirmou Rose.

Para a senadora, as motivações econômicas são fundamentais para o impeachment de Dilma. "A base desse processo de impeachment é fundamentada na crise econômica do país. Se fosse só crise política e não tivesse um desastre como tem na economia, talvez não estivesse aqui falando o que estou falando, mas não considero o quadro inalterado", finalizou Rose.

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