Saúde

Puberdade precoce é 10 vezes mais comum em meninas

Se não diagnosticada e tratada, esta alteração pode ter impacto psicológico e social na criança, além de afetar seu desenvolvimento

Foto: Divulgação
O diagnóstico é realizado por um conjunto de informações, a partir do histórico clínico da criança, exame físico e testes complementares.

Aparecimento de mamas e pelos pubianos em meninas com menos de 8 anos de idade, menstruação antes dos 9 anos de idade, aumento do pênis e dos testículos com menos de 9 anos podem ser sinais de puberdade precoce. O período considerado “normal” é de 8 a 13 anos para meninas e de 9 a 14 anos para meninos. Por isso, nesse período de isolamento social é importante observar o corpo das crianças e avaliar mudanças que não condizem com o normal.

A puberdade é comandada pelo eixo hormonal hipotálamo-hipófise-gônada. Quando este eixo é ativado antes da idade habitual, ocorre a puberdade precoce. São diversas as possíveis causas da puberdade precoce, dentre elas estão as de origem familiar, idiopática (sem causa aparente) ou orgânica, como tumores e meningite, por exemplo. É importante ressaltar que, apesar dos pais poderem carregar o gene para puberdade precoce, ela não é hereditária.

As crianças mais desenvolvidas do que colegas da mesma idade podem desenvolver problemas de ordem psicológica e social, como depressão e discriminação. O diagnóstico e o tratamento precoces impedem o desenvolvimento, e previnem estas consequências indesejáveis”, alerta Luis Eduardo Calliari, Professor Assistente da Faculdade de Ciências Médicas e Médico-Assistente do Departamento de Pediatria da Santa Casa de São Paulo.

A puberdade precoce pode ocorrer também pela administração de hormônios de forma indevida, seja via oral (com medicamentos ou suplementos) ou cutânea (alguns cremes ou pomadas com estrógeno na composição). Além das situações sem causas aparentes, também há maior risco da criança desenvolver puberdade precoce se:

• Estiver muito acima do peso recomendado para a sua idade e altura;

• Foi exposta aos hormônios sexuais (estrogênio e testosterona) antes do tempo, por meio do uso de cremes, pomadas ou suplementos para adultos que contenham estes hormônios;

• Tiver outras condições médicas, como Síndrome de McCune-Albright, hiperplasia adrenal congênita e, em casos raros, hipotireoidismo;

• Tiver recebido tratamento com radiação no sistema nervoso central, como os utilizados para tratar tumores, leucemia, entre outros.

Nos meninos, a puberdade precoce é menos comum, mas suas causas podem indicar problemas mais sérios no sistema nervoso central ou nos testículos ou nas glândulas suprarrenais.

Sobre o diagnóstico

O diagnóstico é realizado por um conjunto de informações, a partir do histórico clínico da criança, exame físico e testes complementares, como dosagem hormonal e exames de imagem como raio X de punho para avaliação da idade óssea e sua comparação com a idade cronológica. Os médicos especializados são os pediatras e endocrinologistas pediátricos.

Tratamento

O tratamento da puberdade precoce depende de sua causa. Visa a regressão ou estabilização dos caracteres sexuais secundários e retorno do ritmo de crescimento da criança aos padrões considerados normais. Além disso, tem como objetivo também promover um ajuste psicossocial na criança, bem como alívio da ansiedade dos pais. Com o monitoramento constante e tratamento adequados, a criança pode voltar a ter um crescimento e desenvolvimento compatíveis com sua idade cronológica.

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