Esportes

Mundial de Bodyboarding em Jacaraípe terá disputa inédita entre mãe e filha

Etapa brasileira do Circuito Mundial será realizada a partir de sábado (20), em Jacaraípe, e terá Neymara Carvalho competindo contra a filha, Luna Hardman

Foto: Divulgação/Wahine Bodyboarding Pro

Ela está ligada ao bodyboarding desde quando estava na barriga da mãe. Aos 12 anos, começou a seguir os seus passos no esporte. E, agora em 2024, mãe e filha vivem uma nova experiência: a de serem adversárias.

Neymara Carvalho, 48 anos, pentacampeã mundial e atual  15ª colocada no ranking mundial, e Luna Hardman, 18 anos, atual número dois do mundo, vão disputar juntas a categoria profissional da etapa brasileira do Circuito Mundial de Bodyboarding Feminino, o ArcelorMittalWahine Bodyboarding Pro. O evento começa no sábado (20) e vai até o dia 27 na praia de Jacaraípe, na cidade de Serra.

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Pentacampeã mundial e com 10 títulos brasileiros na carreira, Neymara competiu até os cinco meses de gravidez. Hoje, vibra muito a cada conquista da filha e não esconde que ainda está aprendendo a enxergar em Luna uma adversária no bodyboarding.

“É uma experiência nova que estou vivendo e aprendendo a lidar com isso. É um momento novo na minha carreira, porque já competi com todas as adversárias possíveis, mas uma mãe disputar com a própria filha, para mim está sendo lindo, maravilhosa experiência, mas ao mesmo tempo estou tendo de lidar com esse sentimento de mãe, protetora, acolhedora. E deixar todo esse papel de mãe de lado e focar na atleta. Olhar para o lado e encarar minha filha como uma adversária é hoje um dos pontos mais difíceis que estou vivendo na minha carreira, com certeza. Mas também um dos mais gloriosos”, afirma Neymara.

Luna, desde sempre, tem a mãe como exemplo. Campeã mundial Pro Junior em 2022, conquistou no ano passado o seu primeiro título profissional ao vencer uma das etapas do Circuito Brasileiro, disputando agora em 2024 seu último ano na categoria Pro Junior. E diz lidar melhor do que Neymara quando, ao invés de parceiras, são adversárias.

“Eu acho muito legal competir com a minha mãe. Mas, na hora, quando a gente entra na bateria, consigo diferenciar bem o afeto e a competição. Eu trabalho muito bem isso e acredito que ela está começando a ficar melhor nisso agora. Está aprendendo e me dando dura. Ela é um exemplo para todas as meninas do mundo. Então, disputar com minha mãe é muito importante para subir o meu nível e para viver essa experiência de competição mesmo”, explica Luna.

Experiência inédita

Capixabas, mãe e filha vão viver essa experiência inédita ‘em casa’. E não escondem a expectativa de entrar na água para essa etapa brasileira do Mundial.

Foto: Divulgação/Wahine Bodyboarding Pro

“Estamos nos preparando muito, treinando bastante e estou muito ansiosa porque vai ser aqui em casa, na nossa zona de conforto. Meus avós vão estar na praia. Então, fico bem animada. É o melhor campeonato do ano, com atletas do mundo inteiro, várias gerações. Vai ser bem legal”, garante Luna.

Neymara concorda. “Na etapa de abertura do Circuito Mundial, no Marrocos, foi muito legal. Eu estava super tranquila. Ela acabou passando na minha frente e cai para a repescagem. Tive uma derrota precoce e a Luna foi indo bem e eu pude me dedicar a apoiá-la também. E para a etapa brasileira estamos treinando juntas. Ela tem um técnico, eu tenho a minha preparação individual na natação, no mar, no psicólogo também. Estamos fazendo isso aqui em casa. Tanto eu quanto ela. Competição vai ser boa, próximo momento de mãe e filha na água. As duas estão se preparando bem", conta.

“Não muda muito em relação a pegar onda em si. É mais em relação a esse sentimento de mãe. Que cria, que ensina, que direciona. Nesse momento da bateria eu não posso ser essa mãe. Eu tenho que pensar e lutar pelo meu individual. E torcer também, claro, para que ela consiga se sair bem. Aí como mãe eu vou ficar feliz”, completa.

O evento

O ArcelorMittalWahine Bodyboarding Pro reunirá as principais atletas do ranking mundial, de cerca de 10 países, com premiação total de 37 mil dólares (cerca de R$ 185 mil reais). São cinco categorias: Pro Junior, Profissional e Master Woman, válidas pelo título mundial, além de Open (Amador) e PCD (mastectomizadas, amputadas e deficientes visuais), voltadas para inclusão e fomento.

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