Que energia foi essa da Lua Cheia no signo de Áries? O fogo da paixão fez o filme que passa nas nossas cabeças do amor romântico queimar, caindo por Terra ilusões sobre amores ideais e perfeitos, dando o coerente lugar às discussões relacionais por divergências de desejos, desacordos e insatisfações.
O transbordamento que rendeu muito assunto nas clínicas de terapia, tarô e Astrologia, com certeza. Eu tive vários momentos em que pensei sobre relacionamentos e a relação com o corpo, desejos e libido.
A libido é a nossa energia vital, e mesmo com toda essas DRs relacionais, ela aparece cheia de força nas mais inusitadas horas, inclusive no conflito (representado pelo planeta Marte e o signo de Áries), que é um dos combustíveis para o tesão e a fusão dos corpos.
Fico intrigada quando observo a falta de toque e de contato humano que essa geração está propondo, com conexões rasas que se formam nas redes sociais e muitas vezes não saem dali.
Parece que a perfeição imposta pelas imagens e, agora, inteligência artificial torna o humano descartável, linear e não digno de segunda chance ou conversas que demandam tempo, intimidade e profundidade.
A imagem passou a ser o mais importante, e vejo cada dia mais pessoas se contentando com isso.
Só que os humanos que reprimem desejos e não trabalham a parte relacional, tendem a desenvolver certos padrões de comportamentos gerados por doenças e disfunções como agressividade descontrolada, dependências, ansiedade, depressão entre outras.
Falta de corpo causa falta de interesse nos humanos
A falta de corpo está causando a falta de interesse nos humanos, o não uso da energia vital, tesão, libido escoando em impulsividade, violência com quem está perto ou compulsões.
Suprimir a raiva, não querer falar sobre algo que incomoda, discussões, interagir que seja, causa pane em nosso sistema nervoso, afinal viemos aqui para evoluir a nossa alma através da matéria. O corpo é o transporte para essa passagem aqui na Terra.
Estava lá, Urano, o planeta que rege o signo de Aquário. O mesmo planeta (Urano) responsável pela criação da internet hoje faz certos aspectos no céu que nos ajuda a ter atenção para essa tendência do “não corpo”.
Falta de paciência com a presença do outro
É complicado e ainda quase inconsciente a falta de paciência com a presença do outro, a tolerância zero dos julgadores narcisistas de plantão nas redes sociais, onde a ética foi exterminada e comentários julgadores invadem a nossa casa por conta de uma foto ou opinião não aprovado por quem nem conhecemos.
Voltando a falar de corpo, tesão e libido…
Ora, se pensarmos fisiologicamente e analítica, o ato sexual parece ter sido substituído por conexões rasas, curtidas, foguinhos e afins e até por comprar em demasia na internet. Tudo para se alienar, não criando vínculos saudáveis. Vai se esquecendo do tato, amor e trocas na presença.
Ao invés de futebol com os amigos, esporte que usa testosterona, dopamina, seretonina e adrenalina, jogar videogame e conversas online, cada um na sua casa xingando e gritando.
O nosso corpo responde a tudo, é onde pulsa, pensa, intui, materializa.
Imagem super tratada e perfeita
Outro exemplo que motiva a tendência da falta de corpo são os julgamentos e substituição da presença pela imagem, super tratada e perfeita.
O toque, a respiração perto, a gargalhada, o abraço apertado, o desejo de se sentir invadido por aquilo que já foi sonho pela manhã por encontros cibernéticos e imagem que cada vez mais alienam a nossa civilização.
Independente do grau de vínculo e de quem sabe “felizes para sempre”, eu sou devota da atracação e do tesão de corpos juntos e não da lacração em que você sempre precisa estar perfeito, sendo elogiado e com as curtidas calculadas.
Somos turbilhões de terminações nervosas, afinal. No livro da vida, rasguei a página de onde temos que ser ou ter algo que padronize os sonhos, desejos, decisões e nossos humores.
Viva a com (fusão), esteja presente, viva o que te faz se sentir vivo.