Você já ouviu que mulheres não servem para trabalhar com tecnologia ou áreas técnicas? Se não ouviu, talvez você não seja mulher ou nunca esteve próximo de uma mulher interessada por tecnologia. Esse é um dos mitos mais comuns – e, na minha opinião, um dos mais prejudiciais – que ronda a área: a ideia de que as mulheres têm habilidades técnicas inferiores aos homens e que diferenças biológicas seriam a justificativa para isso.

Nada poderia estar mais longe da verdade. A história prova o contrário, mostrando que as mulheres sempre tiveram um papel essencial na tecnologia, mesmo enfrentando barreiras significativas. Vamos conhecer algumas pioneiras que quebraram paradigmas e ajudaram a moldar o mundo como o conhecemos hoje:

  • Ada Lovelace: Considerada a primeira programadora de computadores, foi visionária ao prever que as máquinas poderiam ir além de cálculos numéricos.
  • Grace Hopper: Criadora da linguagem Flow-Matic, que influenciou o COBOL, e responsável por popularizar o termo “bug” ao encontrar um inseto real em um computador.
  • Hedy Lamarr: Inventora do sistema de comunicação por frequência que deu origem a tecnologias como Wi-Fi e Bluetooth.
  • Katherine Johnson: Matemática da NASA, cujos cálculos foram cruciais para o sucesso das missões espaciais, incluindo o Apollo 11.
  • Radia Perlman: Conhecida como “mãe da internet”, desenvolveu o Spanning Tree Protocol, essencial para o funcionamento de redes modernas.
  • Carol Shaw: Primeira mulher desenvolvedora de jogos eletrônicos, criadora de clássicos como River Raid.

Essas mulheres foram exceções em suas épocas. Mas, mesmo em pleno século XXI, a presença feminina no setor de tecnologia ainda é um desafio.

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Desafios e números alarmantes

Embora o setor de tecnologia tenha crescido 60% nos últimos anos, as mulheres ocupam apenas 17% das posições de trabalho na área no Brasil. Nos segmentos de desenvolvimento fullstack, infraestrutura ou back-end, essa participação cai para 10%, de acordo com dados da Revelo. Em cargos de liderança, as mulheres representam apenas 26% das posições.

Esses números refletem um ambiente predominantemente masculino e os muitos desafios enfrentados pelas mulheres, que começam ainda na infância com estereótipos de gênero e persistem ao longo da carreira:

  • Preconceitos e discriminação: Muitos ainda duvidam da capacidade técnica das mulheres.
  • Falta de representatividade: A ausência de modelos femininos dificulta o ingresso e a permanência no setor.
  • Ambientes de trabalho hostis: Assédios, piadas e isolamento são problemas recorrentes.
  • Desigualdade salarial e de oportunidades: Mulheres frequentemente recebem menos e têm menos chances de promoção.

Um futuro das mulheres na TI se formando

Luciana Redlich: mãe, mulher, engenheira de computação, mestre em informática e especialista em gestão de projetos. Trabalho para inspirar mulheres na TI e construir caminhos de evolução contínua no setor.

Apesar dos desafios, o cenário está mudando. Programas de incentivo, redes de apoio e iniciativas de empresas para promover diversidade estão contribuindo para trazer mais mulheres ao setor de tecnologia.

O futuro da tecnologia é inclusivo, e cada vez mais mulheres estão mostrando que podem não apenas participar, mas liderar a transformação digital. Apesar da pequena participação, há muitas mulheres brasileiras que se destacam. Aqui estão alguns exemplos:

  • Ione de Almeida Coco: Presidente do MCIO Brasil, é física de formação, com mestrado em projeto de reator nuclear, cujo foco foi o uso de algoritmos.
  • Karin Breitman: Professora e pesquisadora em engenharia de software, com destaque em qualidade, desenvolvimento ágil e métodos formais aplicados à programação.
  • Isela Macía: CTO da Contabilizei, com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e um histórico de liderança em projetos de impacto.
  • Camila Achutti: Fundadora da Mastertech, uma plataforma de ensino de tecnologia e habilidades digitais. É uma defensora da inclusão de mulheres na tecnologia.
  • Thais Fabris: Cofundadora da ThoughtWorks Brasil, promove inclusão e diversidade em tecnologia, ampliando a representatividade.
  • Patrícia Ellen: Executiva com experiência em inovação e consultoria tecnológica. Foi secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, onde conectou tecnologia e impacto social.

Você pode ser uma delas.

Se você tem interesse em tecnologia, procure cursos, comunidades e redes que incentivam mulheres. Movimentos como PrograMaria, Reprograma, InfoPreta, WoMakersCode, Mulheres de Produto e {Elas} Programam oferecem formação, apoio e oportunidades.

Se você já está na área, conecte-se com essas iniciativas, incentive e apoie outras mulheres. Compartilhe conhecimento, crie redes de colaboração e, acima de tudo, ajude a construir um ambiente mais diverso e acolhedor.

O mundo precisa de mais mulheres na tecnologia. Mas, mais do que isso, precisamos nos apoiar e ajudar umas às outras. Afinal, a inovação só acontece com diversidade e esforço conjunto.

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