Esculpir o tempo com Ivo Alexandre
O que há entre El Greco e Francis Bacon, Picasso e Van Gogh, Otto Dix e Matisse, Rubens e Velasquez? As pinturas de Ivo Alexandre, funcionam desde a louvação do que é íntimo e particular, ou mesmo, revelam a adoração pela alquimia e simbiose com o Barroco Espanhol, mas também, funcionam como a celebração de coisas simples (do ser coisificado), pelo cotidiano e atormentado por crenças e vidas passadas, por um livre arbítrio (que em algum caminho foi esquecido pela maioria de nós) e porque não, pela finitude da vida ou a esperança de viver no decurso do tempo. É assim que, Ivo Alexandre adensa de forma pictórica contrastes análogos e complementares, que mencionam a figuração e montagem das cenas instauradas de forma (aparentemente) intuitiva. Poderia ser um “déjà vu” da História Natural de Plínio, o Velho, retomado por Quintiliano, Alberti, Leonardo da Vinci e Vasari, ou mesmo, um presságio sobre o que resta do homem, da mulher, da criança, da infância, em um Cosmos de escolhas, que desencadeiam nossas margens. Passando pelo retrato de Dorian Gray, pelos enredos de Wim Wenders, o artista sinaliza seu tempo ao contornar a sombra projetada (pela luminosidade da cor), mas também, pela conceituação do que somos enquanto criaturas vivas consumidas pelo tempo em experiências singulares, entre o Eu e o Outro. Assim, o que seria, antes, um tratado de pintura, neste caso, é refletido pelo artista em sua (curiosa) fidelidade pictórica, na paixão pelo oculto (ou místico).
Referência:
Site do artista:
https://ivoalexandre.com/português
Rede social:
https://www.facebook.com/ia.ivoAlexandre/
@ivo_alexandre_artist