Arte aborígene no MASP
Até 25 de fevereiro de 2024 o MASP – Museu de Arte de São Paulo exibe a exposição Histórias Indígenas, que reúne uma parte da produção artística de povos originários da América do Sul e do Norte, Oceania e Escandinávia. Sete curadores elaboraram propostas bastante diversas, fazendo com que tenhamos pequenas exposições em uma mostra bastante heterogênea. A grande diversidade de povos pertencentes a diferentes realidades e períodos históricos, reunidos sob o conceito de indígena, leva-nos a perguntar se este conceito não estaria de alguma forma reduzindo a produção artística destes indivíduos, apagando suas particularidades. Alguns curadores optaram por mesclar obras históricas e contemporâneas, em um resultado às vezes bastante irregular. Outros concentraram-se na produção de um grupo específico de indígenas, produzindo um conjunto mais potente.
Se destacam os trabalhos de povos aborígines da Austrália, sob curadoria de Bruce Johnson-McLean. O curador escolheu trabalhos de indígenas da região de Papunya, desenvolvidos a partir da década de 1970 por incentivo de um professor de ensino médio que convidou seus alunos a criarem murais baseados nas histórias aborígenes. Com a adesão de vários membros da comunidade, este fato gerou um movimento artístico de grande potência. Suas pinturas, marcadas por grafismos formados a partir de pontos e formas orgânicas nos impactam por sua originalidade e apuro estético.