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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Europa atinge os menores níveis de emissões de combustíveis fósseis

Em 2023 a União Europeia (UE) atingiu os menores níveis de emissões de dióxido de carbono gerado a partir de combustíveis fósseis desde o início da década de 1960, com níveis 8% menores se comparados aos registrados em 2022. De acordo com o relatório do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo (CREA), esta é a maior queda anual registrada após 2020, quando as fábricas foram fechadas e os voos foram suspensos devido a pandemia da covid-19. Isaac Levi, analista do CREA, afirmou ao The Guardian que “durante este período, a economia triplicou, mostrando que as alterações climáticas podem ser combatidas sem renunciar ao crescimento econômico.”

Além disso, a União Europeia atingiu níveis recordes na construção de painéis solares e turbinas eólicas. Os números, no entanto, não incluem setores como agricultura e processos químicos sujos relacionados à produção de cimento, por exemplo, assim como não inclui outros gases de efeito estufa, como o metano. Porém, destaca-se que a UE vem adotando diversas estratégias contra o aquecimento global e condições meteorológicas extremas, tanto que o bloco prometeu reduzir suas emissões em 55% até o final da década, em relação aos níveis de 1990. Desse modo, a UE busca atingir emissões líquidas zero até 2050.

Uma corrida contra o relógio

Ottmar Edenhofer, presidente do conselho consultivo, afirmou durante o lançamento do relatório que “a UE fez grandes progressos nos últimos anos para fortalecer o seu quadro de política climática”, mas que “alcançar a neutralidade climática até 2050 é uma corrida contra o relógio e não podemos nos dar ao luxo de recuar agora”. Com isso, é importante ressaltar que desde 2015 as emissões da União Europeia a partir da queima de carvão já haviam diminuído para a metade, demonstrando uma redução de 25%. Assim como, as emissões relacionadas com o gás diminuíram 11%, enquanto as provenientes do petróleo retraíram 2%, em comparação com o ano anterior. O Parlamento Europeu aprovou em fevereiro de 2023, por exemplo, uma lei que proíbe a venda de carros novos a gasolina e diesel na UE a partir de 2035, afinal o objetivo é justamente acelerar a mudança para veículos elétricos. Com isso, o presidente-executivo da Volkswagen, Thomas Schaefer, afirmou que a partir de 2033 produzirá apenas carros elétricos na Europa.

O ritmo das reduções deve avançar consideravelmente

Contudo, se o bloco de fato quer atingir suas metas, os 27 Estados-Membros têm que reduzir as suas emissões rapidamente, cerca de duas vezes mais rapidamente do que fizeram nos últimos 17 anos, de acordo com o relatório do Conselho Consultivo Científico Europeu sobre as Alterações Climáticas. Já na 28° edição da Conferência das Partes, em Dubai, a UE buscou mobilizar apoio na transição para uma energia limpa, de modo a eliminar progressivamente o uso dos combustíveis fósseis. As contribuições totais do bloco e de seus países membros para o financiamento climático em 2022 superaram 40 bilhões de euros. Tais contribuições representam um avanço significativo quando comparado com os anos anteriores. Entretanto, é preciso que todos os países caminhem na transição energética, para assim conseguirmos lutar contra as mudanças climáticas.