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Coluna ESG

por Felipe Mello

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China Investe em Cidades-Esponjas para Mitigar Efeitos das Mudanças Climáticas

A China enfrenta desafios crescentes em virtude das mudanças climáticas, que se tornam cada vez mais extremas e catastróficas. Em resposta, o país está implementando um projeto ambicioso de cidades-esponjas, idealizado pelo arquiteto paisagista Kongjian Yu em 2013. O objetivo é proteger a população contra os riscos de enchentes, identificando 16 cidades como locais para o projeto-piloto.

Proteção contra Enchentes

As cidades-esponjas controlam melhor o escoamento das águas da chuva, aumentando a capacidade de absorver, reter e liberar as águas. Isso é feito através de medidas como a construção de estradas e calçadas com materiais permeáveis, telhados verdes e zonas de amortecimento de planejamento. Esses materiais podem reduzir o escoamento superficial da água e armazená-la em reservatórios, permitindo que a água seja descarregada em rios ou purificada para consumo. O projeto piloto receberá subsídios anuais de 400 a 600 milhões de yuans, cerca de 282 a 420 milhões de reais. Embora a solução dos problemas hídricos seja um aspecto importante, é apenas uma das estratégias para minimizar os impactos ambientais. O Banco Mundial estimou que 67% da população chinesa vive em áreas propensas à inundação, e o país determinou que até 2030, 80% das áreas urbanas serão integradas ao projeto, absorvendo e reutilizando 70% das águas torrenciais. A urbanização intensificou os problemas ambientais, incluindo escassez de recursos hídricos, poluição da água e alagamento urbano. As cidades-esponjas são apenas uma das estratégias urbanísticas para minimizar esses impactos, e embora existam outros conceitos semelhantes, elas se destacam por usar processos naturais para resolver esses problemas.  

Ações Paliativas e Redução de Emissões

Parques, hortas, vegetação ao redor dos rios, jardins de chuva e telhados verdes também podem diminuir a sobrecarga imposta sobre o escoamento da cidade. No entanto, essas ações são apenas paliativas, pois para mitigar os efeitos de maneira definitiva, é necessário reduzir urgentemente as emissões. Uma cidade-esponja não é suficiente para superar as responsabilidades dos governos locais. A cooperação entre as diferentes partes do sistema é essencial para que o projeto funcione. Em resumo, usar concreto para combater enchentes é como beber veneno para matar a sede. É preciso nos preparar para eventos ainda piores do que os ocorridos em Porto Alegre e Mimoso do Sul.