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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Por Paulo Silva

Adaptação climática: uma urgência que não pode ser ignorada

Diante do atual desafio frente às mudanças climáticas, a urgente redução das emissões globais de gases de efeito estufa é, sem dúvida, um dos assuntos mais priorizados pelos governos e empresas. Mas, enquanto a atenção e o capital global se concentram nesta dimensão das mudanças climáticas, um desafio igualmente urgente e de impacto mais imediato para as pessoas e para o planeta vem sendo negligenciado: a adaptação climática. As consequências da inação das lideranças governamentais e das empresas em se adaptar à uma nova realidade climática já são sentidas em todo o mundo, com eventos climáticos extremos que impactam a vida de milhões de pessoas e causam perdas bilionárias.

Impacto Financeiro

Os custos dos eventos climáticos extremos, como secas, inundações, furacões e incêndios florestais, estão aumentando exponencialmente. Em 2023, as perdas globais seguradas, relacionadas a esses eventos, atingiram cerca de US$100 bilhões, segundo a Munich Re. As nações mais pobres e vulneráveis são as mais impactadas, sofrendo graves danos à infraestrutura, à agricultura e à saúde pública.

As empresas também estão sofrendo as consequências da inação climática. Interrupções na cadeia de suprimentos, danos à infraestrutura e perda de produtividade são apenas alguns dos exemplos de como os eventos climáticos extremos podem afetar os negócios. Um estudo recente da PwC estimou que, até 2050, as empresas que não se adaptarem às mudanças climáticas podem perder até US$44 trilhões.

A falta de incorporação de premissas de adaptação climática na estratégia das empresas também traz consequências graves. Um exemplo emblemático é o setor agrícola, para o qual a falta de preparo para lidar com as mudanças climáticas pode resultar em colheitas comprometidas, perda de produtividade e aumento dos custos de produção. Empresas que não consideram os riscos climáticos em suas operações têm enfrentado interrupções na cadeia de suprimentos, danos à reputação e perdas financeiras significativas.

Caminhos

A boa notícia é que a adaptação climática não apenas é possível, mas também pode trazer oportunidades para as empresas que se anteciparem. Identificar os riscos climáticos a que estão expostas e investir em medidas de adaptação, como a construção de infraestrutura resiliente, a diversificação da cadeia de suprimentos e o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, pode ajudar as empresas a se tornarem mais competitivas e resilientes no longo prazo.

A adaptação climática já não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente para garantir a perenidade dos negócios. As lideranças governamentais e empresariais precisam colocar esse tema no topo da agenda estratégica e tomar medidas concretas para reduzir os riscos e aproveitar as oportunidades que a nova realidade climática apresenta. Neste contexto, a frase de Charles Darwin nunca fez tanto sentido: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.

Paulo Cezar Silva

CEO da Irradiare Consultoria em Sustentabilidade, com mais de 25 anos de experiência na gestão da sustentabilidade/ESG.

Líder do Comitê Qualificado de Conteúdo ESG do IBEF/ES, membro da CEE256 - ESG da ABNT e do Conselho de Responsabilidade Social da FINDES