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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Operação “Greenwashing”: quadrilha fatura R$ 180 milhões em créditos de carbono em áreas da União

No último Dia Mundial do Meio Ambiente, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação denominada “Greenwashing” na busca de desarticular uma organização criminosa suspeita de vender R$180 milhões em créditos de carbono de áreas da União invadidas ilegalmente. Além de também serem suspeitos de fraude de documentos, grilagem em terras públicas e exploração ilegal de recursos naturais na Amazônia Legal.

Greenwashing, que pode ser traduzido como “lavagem verde” ou até mesmo como “maquiagem verde” pelo sentido que carrega, é a prática de camuflar, mentir ou omitir informações sobre os reais impactos das atividades de uma empresa no meio ambiente.

Dano ambiental de R$ 606 milhões de reais

Segundo a PF, o esquema de fraudes fundiárias já vinha ocorrendo a mais de 10 anos no município de Lábrea, cidade a 850 km de Manaus. O esquema consistia, basicamente, em duplicar e falsificar títulos de propriedades, o que gerou uma apropriação ilegal de 538 mil hectares de terras públicas. Dentre suas atividades ainda temos a exploração florestal e pecuária em áreas protegidas, incluindo a criação de gado “fantasma” em áreas com restrições ambientais, venda de créditos virtuais de madeira e a obtenção de licenças ambientais fraudulentas.

Com isso, mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em torra foram explorados ilegalmente, gerando um dano ambiental de R$606 milhões. A operação ainda revelou que a organização obteve R$820 milhões em terras griladas. Contudo, recentemente houve o cumprimento de 5 mandados de prisão preventiva e 76 ordens de busca e apreensão, expedidos pela 7° Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas, nos estados de Rondônia, Mato Grosso, São Paulo, Ceará e Paraná.

Investigação revela auxílio de servidores públicos

Entre 2016 e 2018, a organização teria expandido suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedades e inserido dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária, isto é, com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos.

Para tanto, a operação deflagrada contou com o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Receita Federal do Brasil (RFB), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), acadêmicos e profissionais de registro de imóveis.