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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Por Cintia Dias

A intencionalidade necessária à agenda ESG

A atividade de compliance, voltada para o atendimento às exigências legais e normativas de uma empresa, deveria ser o ponto de partida para a sustentabilidade, e nunca a linha de chegada. Muitas empresas incorrem no erro de acreditar que preencher os requisitos previstos no arcabouço legal e de governança corporativa é o suficiente para aderir à pauta ESG; agenda que exige intencionalidade.

Isso porque para criar valor compartilhado para todas as partes interessadas, aquelas que impactam e são  impactadas pela atividade empresarial, é preciso ter intenção. Intenção de entender e abraçar as perspectivas de todos os stakeholders, de inserir, no processo decisório, benefícios não só para as empresas, mas para os agentes envolvidos, de abranger a sustentabilidade na estratégia corporativa. 

O valor dos investimentos verdes

Uma pesquisa realizada pela SpencerStuart, chamada “Inventário da sustentabilidade: como os CEOs podem transformar visão em valor”, mostra que a sustentabilidade já esteve mais associada à área de compliance, realidade que vem mudando para que se estenda ao crescimento do negócio. Mais do que mitigar riscos, a área deve construir oportunidades que reconheçam os anseios de transformação.

Estimativas apontam que há US$ 6 trilhões prontos para serem alocados em investimentos compromissados com a transição para uma economia de baixo carbono. A agenda ESG deixou de ser, portanto, um assunto periférico à estratégia de negócios para alcançar um lugar à mesa do board. A tendência é que o tema seja tratado junto com estratégia e inovação, e que traga, mais do que perguntas, respostas para os problemas que afetam a região. 

O propósito é a bússola da intenção

E, para que sustentabilidade não fique restrita à atividade de compliance, é preciso intencionalidade. Empresas que se movem subsidiadas por um propósito consistente não usam a pauta ESG para atender requisitos regulatórios, barganhar licenças sociais ou aferir ganho reputacional. Elas sabem que estes resultados são consequência, e não objetivo, de um trabalho pautado pela vontade de fazer diferença no mundo. Cientes de sua força e responsabilidade, não se furtam a compreender o cenário local e contribuir, decisivamente, para sua melhoria.

Que a humanidade possa viver em um mundo em que as empresas se movam além das exigências legais, em direção ao valor compartilhado. Que a atitude seja intencional, portanto.

Cintia Dias

Jornalista, publicitária, mestre em administração e especialista em comunicação, sustentabilidade e marketing. Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES.