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Coluna ESG

por Felipe Mello

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O Novo Paradigma da Sustentabilidade Corporativa

A publicação dos padrões IFRS S1 e S2 pela International Sustainability Standards Board (ISSB) estabelece um novo paradigma para a divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade e ao clima, integrando-as às informações financeiras tradicionais. Esses padrões, já em consulta pública no Brasil, por meio do CBPS (Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade) e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entrarão em vigor a partir de 2026.

A mudança representa uma transformação significativa na forma como as empresas reportam suas práticas de sustentabilidade e riscos climáticos, exigindo maior transparência e rigor na gestão de suas operações. As lideranças empresariais brasileiras precisam estar atentas às implicações desses novos padrões que, em breve, serão obrigatórios.

Uma mudança que impactará todos!

Inicialmente, a obrigatoriedade dos padrões IFRS S1 e S2 afetará diretamente as empresas listadas em bolsa e setores específicos com grande impacto ambiental, como energia, mineração e agronegócio. Essas empresas serão obrigadas a divulgar informações detalhadas sobre seus impactos ambientais, sociais e de governança (ESG), além dos riscos climáticos que enfrentam. A integração dessas informações com os relatórios financeiros permitirá uma visão mais holística do desempenho empresarial, oferecendo aos investidores dados mais precisos para a tomada de decisões.

Além das grandes empresas, as pequenas e médias empresas (PMEs) que fazem parte da cadeia de fornecimento dessas corporações também serão impactadas. As PMEs precisarão alinhar suas práticas de sustentabilidade às exigências dos novos padrões para manter relações comerciais com grandes clientes que adotam o IFRS S1 e S2. Isso representa um desafio significativo, pois muitas dessas empresas não possuem estruturas robustas de governança e sustentabilidade. No entanto, a conformidade com esses padrões pode abrir novas oportunidades de negócios e acesso a financiamentos, especialmente em um mercado global cada vez mais atento às questões ESG.

É urgente se preparar!

A preparação para a adoção dos padrões IFRS S1 e S2 exigirá investimentos das empresas e, aquelas que começarem a se preparar desde já, terão uma vantagem competitiva quando os padrões se tornarem obrigatórios em 2026. E nesta jornada a implementação de uma gestão ESG será fundamental para suportar este processo. A urgência em se adaptar a essa nova realidade não pode ser subestimada, pois a falta de preparação pode resultar em sanções e perda de mercado.

Em conclusão, as lideranças empresariais brasileiras devem agir imediatamente para se preparar para os novos padrões IFRS S1 e S2. A integração de informações de sustentabilidade e clima nos relatórios financeiros representa uma mudança profunda na forma como as empresas serão avaliadas e monitoradas. Implementar uma gestão ESG eficaz é essencial para garantir a conformidade e aproveitar as oportunidades que surgirão com esta nova realidade. A preparação agora garantirá que as empresas não apenas cumpram as futuras exigências legais, mas também melhorem sua posição competitiva e reputacional no mercado.

Paulo Cezar de Siqueira Silva

CEO da Irradiare Consultoria em Sustentabilidade, membro da CEE256 - ESG da ABNT e do Conselho de Responsabilidade Social da FINDES e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES