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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Delegação brasileira tem maioria de mulheres em Paris

É incrível ver como a participação feminina nas Olimpíadas evoluiu ao longo dos anos, especialmente para o Brasil. Em Paris, com 55% da delegação composta por mulheres, estamos testemunhando um marco histórico. Esse aumento é fruto de um esforço contínuo, afinal a participação feminina tem sido historicamente colocada em segundo plano. E esta realidade não é diferente apenas nos esportes, mas no trabalho, na política e na cultura. Tivemos um progresso notável desde os Jogos do Rio em 2016.

A trajetória para alcançar essa paridade de gênero não foi rápida, e sim longa e lenta. Começou lá atrás, com menos de 15% das atletas em 1964 e apenas 2,2% em 1900, quando as mulheres eram apenas uma pequena parte dos competidores. Hoje, com 329 eventos de medalhas em Paris, sendo 152 para mulheres e 20 de gênero misto, e a maioria dos esportes equilibrados em termos de participação, estamos vendo um avanço significativo rumo à igualdade nos esportes olímpicos.

Histórias de sucesso

Esse crescimento não só celebra as conquistas das atletas brasileiras, mas também destaca o papel fundamental que a inclusão e a igualdade desempenham no espírito olímpico. À medida que nos preparamos para Paris, é uma inspiração ver como o esporte continua a ser um veículo poderoso para promover a igualdade de gênero e criar oportunidades para todas as pessoas.

Enriqueta Basilio entrou para a história dos Jogos Olímpicos ao se tornar a primeira mulher a acender a tocha olímpica, durante a cerimônia de abertura dos Jogos da Cidade do México, em 1968. Naquela época, aos 20 anos de idade, ela já era uma atleta de destaque no México, sendo campeã nacional dos 80 metros com barreira e reconhecida como uma das melhores de sua geração. 

Sarah Menezes partiu do Brasil rumo a Londres em 2012 carregando consigo grandes expectativas. Ao retornar, trouxe não apenas uma medalha de ouro, mas também um marco: tornou-se a primeira atleta a conquistar uma medalha olímpica de ouro para o judô feminino do Brasil. Sua vitória quebrou inclusive um jejum de 20 anos sem medalhas olímpicas nessa modalidade para o país.

Doze anos depois de sua conquista Sarah Menezes continua fazendo história. Com a conquista do ouro por Bia Souza agora em Paris, ela se tornou a primeira mulher campeã olímpica da história como atleta e treinadora.

Investimento em talentos no esporte ou no mundo corporativo

Enriqueta Basilio e Sarah Menezes não apenas alcançaram feitos extraordinários, mas também deixaram um legado duradouro ao inspirar o mundo com sua determinação e excelência. Abriram caminho para futuras gerações de atletas femininas, demonstrando habilidades excepcionais, coragem e pioneirismo que transcendem as fronteiras e culturas.

A história dessas mulheres ressalta que investir no potencial de todos os talentos, independentemente do gênero, não só fortalece a cultura corporativa, mas também impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. E assim como essas atletas abriram caminho para a igualdade de gênero no esporte, a sociedade pode se inspirar em seu compromisso e resiliência para alcançar novos patamares de sucesso.