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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Viena: Um Exemplo de Resiliência e Inovação na Gestão de Enchentes e Inundações

Viena, a encantadora capital da Áustria, recentemente demonstrou sua resiliência ao escapar quase ilesa de uma das piores enchentes na Europa nos últimos 500 anos. A Tempestade Boris, que trouxe um volume de chuvas recorde em setembro, evidenciou como os investimentos em infraestrutura e tecnologia superam os custos de construção e manutenção das defesas contra inundações e chuvas extremas. Atualmente, a cidade conta com barreiras móveis e previsões meteorológicas extraordinariamente precisas, que permitem respostas rápidas e eficazes em momentos de crise.

Com um sistema de gestão de enchentes avançado, Viena pode lidar com vazões de até 14 mil metros cúbicos de água por segundo. Em apenas cinco dias, caiu duas a cinco vezes mais chuva na capital e em outras regiões do que toda a média mensal de setembro. Durante esse mês de cheia, o sistema desviou com sucesso 10 mil metros cúbicos por segundo, um valor significativamente abaixo da capacidade. Dessa forma, sem este, a capital possivelmente teria enfrentado enchentes generalizadas.

Planejamento antecipado e cuidadoso

Acontece que, o esquema de proteção em vigor desde os anos 1970 vêm sendo desenvolvido em resposta a cheias históricas, como as de 2002 e 2013, que deixaram marcas profundas. Graças a essa infraestrutura Viena se tornou um exemplo de resiliência para outras cidades, mostrando que um planejamento cuidadoso e investimentos sustentáveis ​​são fundamentais para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Ainda que, tenha havido cerca de dez pessoas levemente feridas e quinze casas evacuadas, o sistema resistiu às imensas massas de água e evitou consequências ainda piores.

A experiência de Viena com a Tempestade Boris destaca ainda a importância de uma abordagem proativa na gestão de desastres naturais. Afinal, a cidade não apenas investiu em infraestrutura física, mas em educação e treinamento da população para situações de emergência. Por isso, compartilhar experiências entre países é fundamental, pois aprender e implementar medidas eficazes pode ajudar a minimizar os danos causados. 

No entanto, a continuidade dessas práticas será crucial para enfrentar inundações futuras, que tendem a ser cada vez mais frequentes e intensas. Tendo em vista que, estudos indicam que 95,5% das mega inundações poderiam ter sido previstas com base em eventos anteriores em locais comparáveis na Europa.