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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Desastres Naturais: a Prevenção e o Custo Econômico das Catástrofes

Cidades submersas, casas arrastadas pelas enxurradas, cemitérios de veículos, pontes desfeitas e plantações ressecadas: os desastres naturais, provocados por chuvas torrenciais ou secas severas, deixam um rastro de devastação que vai muito além do impacto imediato. O custo desses eventos é bilionário, afetando não apenas os que enfrentam a tragédia em suas portas, mas todo o país de forma geral.

De acordo com a resseguradora suíça Swiss Re, as perdas econômicas causadas por catástrofes naturais no primeiro semestre de 2024 chegaram a U$ 120 bilhões. Embora esse valor represente uma redução de U$ 32 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior — que foi marcado por um terremoto devastador na Turquia e na Síria —, ainda está acima da média de 10 anos, que é de U$ 98 bilhões para o primeiro semestre.

O país remedia mais do que previne

Dados do Atlas de Desastres revelam que, entre 2012 e 2023, o país perdeu R$ 485 bilhões devido a eventos extremos. Esse prejuízo é atribuído a dois fatores principais: o aumento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos e a inadequada resposta política em termos de prevenção e preparação. Afinal, enquanto as chuvas intensas castigam o Sul, o Norte do país ainda se recupera da seca histórica de 2023.

Assim, contrariando as recomendações dos especialistas, o Tribunal de Contas da União (TCU) aponta uma diminuição preocupante nos investimentos em prevenção de desastres ao longo dos anos. O país tem investido mais em respostas emergenciais do que em medidas preventivas, evidenciando uma abordagem reativa em vez de proativa. A falta de investimento em políticas públicas de prevenção e a ineficácia em adaptar estratégias às mudanças climáticas refletem uma falha sistêmica que contribui para a magnitude das perdas.

Tendo em vista, que o país continua a sofrer os altos custos de um modelo que prioriza a remediação em detrimento da prevenção. A situação é ainda mais agravada pela falta de coordenação entre os diferentes níveis de governo, setor público e privado. Já que muitas vezes, a resposta a desastres é marcada por uma abordagem fragmentada, onde políticas e ações são implementadas sem uma visão unificada. O que resulta em esforços duplicados, desperdício de recursos e uma resposta menos eficiente.