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Coluna ESG

por Felipe Mello

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Por Paulo Silva

Compra de energia elétrica e geração de valor sustentável nas empresas

O custo com energia elétrica tem sido um dos grandes desafios enfrentados por empresas de diversos portes no Brasil. Dados da ABRACE mostram que, ao longo das últimas 2 décadas, o custo da tarifa de energia aumentou cerca de 4 vezes mais que a inflação oficial no Brasil. Essa realidade torna-se mais complexa, tendo em vista as pressões crescentes de descarbonização das empresas, em resposta aos compromissos globais para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Nesse contexto, as organizações precisam alinhar suas estratégias de redução de custos com o cumprimento da agenda ESG, que tem na pauta climática um importante componente.

Impacto da redução do custo tecnológico

Até pouco tempo, o mercado de energia elétrica no Brasil oferecia soluções mais acessíveis apenas para grandes corporações, com grande consumo e conectadas à rede de alta tensão, com capacidade de investir em autoprodução de energia ou negociar diretamente a compra de energia no chamado mercado livre. Essa realidade limitava o acesso de pequenos e médios consumidores a fontes de energia mais baratas e sustentáveis, gerando uma dependência maior do mercado regulado, com menor controle sobre custos e uma menor flexibilidade na escolha de fontes renováveis.

Nos últimos anos, porém, a redução dos custos com tecnologias de geração de energia, como a solar fotovoltaica, abriu novas oportunidades para um número maior de empresas. A viabilidade de investimento em sistemas próprios de geração tem crescido, permitindo que empresas menores utilizem a autoprodução como uma estratégia de redução do componente do custo energético. Além da economia financeira, essa alternativa proporciona uma diminuição significativa no impacto ambiental das operações, ao se priorizar fontes limpas e renováveis de energia.

Descentralização e descarbonização para todos

A partir da publicação da portaria normativa 50, emitida pelo Ministério de Minas e Energia (MME), cujos efeitos passaram a valer a partir de janeiro de 2024, o acesso ao mercado livre de energia foi expandido também para empresas conectadas em média tensão, o que abriu novas possibilidades de negociação para empresas de menor porte de consumo. Além disso, a geração distribuída compartilhada tem permitido que consumidores de baixa tensão, por meio de um processo de consorciamento, adquiram energia de fontes renováveis com preços mais competitivos, sem a necessidade de realizar investimentos.

Nesse cenário, a evolução do mercado de energia elétrica no Brasil está promovendo um ambiente mais favorável para a adoção de soluções sustentáveis por empresas de todos os portes. A combinação de tecnologias de geração renovável com a expansão do acesso ao mercado livre permite que as organizações melhorem tanto seu desempenho econômico, quanto ambiental. Ao comprar energia elétrica de fontes renováveis e mais baratas e diminuir sua pegada de carbono, empresas pequenas e médias também podem se posicionar de maneira mais competitiva, gerando valor sustentável e fortalecendo seu compromisso com a agenda ESG.

Paulo Cezar de Siqueira Silva

CEO da Irradiare Consultoria em Sustentabilidade, membro da CEE256 - ESG da ABNT e do Conselho de Responsabilidade Social da FINDES e líder do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do IBEF-ES.