Como a Educomunicação potencializa projetos de extensão
Os pressupostos da Educomunicação são adotados como estratégia político-pedagógica no desenvolvimento da consciência crítica, na mobilização para a participação ativa e no desenvolvimento da cidadania dos educandos, quando envolvidos em atividades de extensão universitária.
A Resolução do Conselho Nacional de Educação estabelece que as atividades de extensão componham 10% do total da carga horária curricular, um direcionamento que insere os estudantes como partícipes de ações e pesquisas em prol do desenvolvimento humano e da sociedade.
A extensão universitária desempenha um papel crucial na construção de pontes entre a academia e a sociedade, promovendo a troca de conhecimento e a inclusão social.
LEIA TAMBÉM: Formação leitora: urgência de leitura no Brasil
A formação universitária prescinde de uma ação, para além da sala de aula, a fim de promover espaços de experimentação e debates, no sentido de permitir a ampliação dos conhecimentos teóricos dos educandos, ou seja, a teoria precisa reverberar no mundo real, em atividades extensionistas.
A premissa é possibilitar que as competências constituídas nas IES, possam ser postas à prova na sociedade, a fim de que os estudantes desenvolvam uma criticidade, por meio de um intercâmbio no mundo real.
Que os pretensos profissionais tenham práticas consonantes com a sua formação, de modo a ampliarem a visão crítica e sejam capazes de efetivar novas leituras de mundo.
A Educomunicação situa-se como um campo específico e autônomo de intervenção social, capaz de ressignificar os papéis sociais desempenhados por educadores e educandos com mídias e tecnologias digitais, coexistindo a partir de uma concepção dialógica.
As práticas extensionistas têm no sistema educomunicativo o fortalecimento de processos participativos e a sua consequente eficácia, como no caso do “Projeto Integrar – Outubro Rosa e Novembro Azul”, do Instituto Profissional de Educação e Saúde (IPES), um projeto educacional, que ocorre a cada ano, entre os meses de outubro e novembro, onde os alunos são orientados a elaborar Projetos de Trabalho Temático, com produção de painéis, maquetes e divulgação para comunidade (podendo utilizar rede social, como Instagram ao vivo).
Tais ações educomunicacionais visam a educação em saúde, sobre a Prevenção do Câncer de Mama (Outubro Rosa), orientações a saúde da mulher e acerca da Prevenção do Câncer de Próstata (Novembro Azul).
A atividade integra os alunos à comunidade, num processo interativo, em que os educandos têm uma prática social real, assegurando teoria e prática em indissociabilidade, efetivando o ensino e a aprendizagem.
Outro projeto que evidencia indícios da Educomunicação é o projeto de extensão do Unisales, intitulado “O impacto positivo da compostagem para a promoção da sustentabilidade”.
O projeto de compostagem comunitária demonstrou ser uma solução prática e eficaz para a gestão de resíduos orgânicos, promovendo benefícios ambientais, econômicos e sociais.
O projeto estabeleceu uma base sólida para futuras iniciativas de compostagem e engajamento comunitário e foi concebido como uma solução integrada que não apenas abordou a gestão de resíduos, mas também promoveu a conscientização ambiental e a construção de uma comunidade mais engajada e sustentável.
Quando se fala em conscientização, têm-se a premissa informacional, enquanto que falar em engajamento suscita a comunicação dialógica e educomunicativa, para mobilização.
Um outro projeto de extensão em que se denota a presença do eixo educomunicacional é o “Adote uma casa assessoria”, realizado pela Universidade Vila Velha.
O principal objetivo do projeto Adote uma Casa é o reconhecimento e a implementação da ATHIS (Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social), prerrogativa a Lei Federal 11.888/08, que visa assegurar a assistência técnica de forma pública e gratuita a moradias de famílias de até 3 salários mínimos ou residentes em ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social).
O projeto envolve alunos de graduação em arquitetura, de design de produto e de engenharia civil, em uma ação prática nas comunidades exercitando uma comunicação informacional e educativa acerca dos direitos dos moradores, e mobilizando-os para solicitarem seus direitos de cidadãos.
Houve, inclusive, a produção de desenvolvimento de produtos informativos para a comunidade em geral, com destinação ao entendimento da Lei Federal 11.888/08.
O “Projeto LACOS – Laboratório de Comunicação e Mercado”, da Faesa Centro Universitário é outro exemplo de prática educomunicativa.
Um laboratório interdisciplinar, que integra diferentes cursos da Faesa, esse projeto de extensão tem foco em criatividade e empreendedorismo direcionados a demandas sociais, sobretudo de comunicação comunitária e de publicidade social.
Essas ações supra citadas, ilustram como a educomunicação reforça a inter-relação intrínseca das práticas extensionistas com as comunidades e fortalece a eficiência desses enlace academia e sociedade.