Como encontrar o ritmo das emoções: veja dicas e reflexões
O mundo contemporâneo nos exige rapidez, perspicácia e agilidade. Todos admitimos isso. A reclamação quanto a “falta de tempo” é geral. Agendas e compromissos, contratos e tarefas, demandas e mais demandas caracterizam a rotina das pessoas “ocupadas”.
As consequências da aceleração de nosso “way of life” são bem sabidas: a ansiedade, a incômoda sensação de estar sempre “atrasado ou devendo alguma coisa”, a insônia.
Contudo, o humor deprimido, a procrastinação ou as deficiências de atenção e concentração são, igualmente, sintomas psicológicos relacionados à mesma aceleração. A agitação ou a inação são extremos da mesma falta de ritmo.
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O ser humano é capaz de façanhas de criatividade e produtividade, quando consegue entrar num ritmo próprio, que corresponda as suas habilidades e treinamentos.
Todos temos aquelas personagens admiradas por produzirem muito nas áreas onde atuaram: ciência, filantropia, filosofia, artes… Há sempre boas biografias. O comum entre elas é que esses “produtivos” estavam no seu próprio ritmo! Admirá-los está longe de ser um problema. Basta, apenas, que contextualizemos antes de comparar qualquer um ou qualquer coisa.
Bananas não podem ser comparadas com abacaxis. Isso é uma questão de contexto, de realismo e de nosso maior amigo vida afora: o bom senso.
Com coragem e atenção devemos nos perguntar: “qual é o meu melhor ritmo?” Não o ritmo de outra pessoa ou modelo. Não o ritmo de todas as horas. “Qual é o ritmo possível, saudável, bom e exequível para a minha pessoa, nesse momento da minha vida?” Essa seria a questão mais justamente formulada.
Ao ouvirmos a resposta, se a ouvirmos bem, estaremos imediatamente tomando conhecimento do que está fora de ordem, fora de nossa ordem. Nós somos quem, melhor e mais profundamente, pode compreender o que nos provoca sentimentos, comportamentos e produtividade indesejáveis.
Nossas emoções, quando escutadas com sabedoria, são “ferramentas” fundamentais de autoconhecimento e autogerenciamento.
Ao contrário, quando não as ouvimos, quando as calamos sistematicamente em nome de nos mantermos no cronograma que a mente estabeleceu para aquele dia, nós perdemos a noção do ritmo que poderíamos (e deveríamos) adotar para aquele nosso dia.
As emoções são como terapeutas interiores tentando conversar conosco, nos lembrar do ritmo próprio. As negativas nos avisam sobre a falta de cadência do ritmo que estamos adotando em nossas vidas.
E as positivas evidenciam os lugares, pessoas e tarefas que nos fazem caminhar melhor, deslizar, percorrer ou ritmar nosso caminho com força e alegria.
Quem escuta as próprias emoções, quem faz disso um hábito salutar, tem maior capacidade de tomar pequenas e grandes decisões diárias que permitam balancear o ritmo das atividades.
Seguir o que a emoção nos dita é intercalar:
- descanso com atividade;
- correr com contemplar;
- tomar decisões importantes com tomar um copo de água calmamente;
- antecipar em 15 min um percurso de carro desviando do rush com aguardar 15 min sem gastar o próprio fígado reclamando por isso;
- ouvir atentamente com falar o necessário;
- arrojo com candura;
Intercalar é manter o ritmo.
Quem escuta a própria irritação chegando, pode escolher ir tomar o copo de água antes do grito.
Quem se vê esmurrando a buzina do carro, pode escolher ouvir três minutos de uma música alegre ou pacífica. Seriam muitos os exemplos de como escutar o que estamos sentindo nos faria definir estratégias de autocuidado mais eficientes.
Escutemos o ritmo de nossas emoções. Elas nos ensinam.