A competição é o coração do desenvolvimento econômico. Assim como nos esportes, ela estimula a inovação e a busca contínua por aumentar a eficiência e melhorar a cada dia. No âmbito econômico, a competição também origina uma maior diversidade de escolhas para os consumidores.

Tais constatações guiaram os fundamentos delineados por Adam Smith em sua obra “A Riqueza das Nações”, de 1776[1], ao discutir a mão invisível que guia mercados livres rumo ao equilíbrio e à prosperidade. Smith argumentou que a busca individual por ganho pessoal inesperadamente beneficia a sociedade, promovendo a alocação eficiente de recursos e o crescimento econômico.

Exemplos práticos da influência da competição no desenvolvimento econômico podem ser observados no setor de tecnologia. A rivalidade entre empresas como Apple e Samsung no mercado de smartphones fomenta inovações tecnológicas contínuas, resultando em produtos melhores e mais acessíveis para os consumidores.

Outros exemplos são as constantes tentativas de superar a concorrência envolvendo a Nike, a Adidas e a Puma no setor têxtil e de calçados, ou aquelas envolvendo a BMW e a Mercedes na indústria de automóveis, e, mais recentemente, a disputa entre a Tesla e chinesa BYD pelo domínio do mercado de veículos elétricos (mercado no qual as montadoras tradicionais também já estão se inserindo). Essa competição não apenas beneficia diretamente os consumidores, mas também impulsiona o crescimento econômico ao estimular a pesquisa, desenvolvimento e a criação de novos empregos.

No setor de comércio eletrônico, a competição entre Amazon e Alibaba exemplifica como a rivalidade global pode acelerar a inovação e expandir as opções para os consumidores. A Amazon, com sua vasta presença nos Estados Unidos e em outros mercados ocidentais, e a Alibaba, dominando o e-commerce na China e em expansão global, estão constantemente inovando em logística, tecnologia de plataforma e experiência do cliente para capturar maior participação de mercado. Essa competição não apenas beneficia os consumidores com mais opções e serviços melhores, mas também estimula o crescimento econômico ao impulsionar investimentos em infraestrutura tecnológica e logística, bem como ao criar empregos em diversos setores relacionados.

No mercado de streaming de vídeo, a rivalidade entre Netflix, Disney+, e Amazon Prime Video demonstra como a competição pode levar à diversificação de conteúdo e à melhoria da qualidade do serviço. Cada plataforma investe bilhões em conteúdo original e na aquisição de direitos de transmissão exclusivos para atrair e reter assinantes. Essa competição tem transformado a indústria do entretenimento, promovendo a produção de uma vasta gama de conteúdos inovadores e de alta qualidade que atendem a uma variedade de gostos e interesses.

Outro exemplo é a competição no setor de energia renovável entre empresas como Siemens, Vestas e GE Renewable Energy. A corrida para liderar o mercado de turbinas eólicas e outras tecnologias de energia renovável impulsiona a inovação tecnológica, reduzindo os custos de produção de energia limpa e tornando-a mais acessível para consumidores e empresas. Essa competição beneficia o meio ambiente ao acelerar a transição para fontes de energia mais sustentáveis, além de gerar empregos no setor de tecnologias limpas e promover o desenvolvimento econômico por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

A competição estimula a inovação e a melhoria de produtos e serviços, além de desempenhar um papel crucial no desenvolvimento econômico global, incentivando o investimento em novas tecnologias, criando produtos melhores e mais baratos e gerando novas oportunidades de emprego. A competição é um elemento essencial para impulsionar o progresso econômico e tecnológico, beneficiando empresas, consumidores e a economia em geral.

[1] SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Madras, 2009.

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