Atualmente, a rapidez e a eficiência da comunicação e do transporte de mercadorias são cruciais. A recente notícia de que o governo brasileiro poderia intervir no mercado de fretes e encomendas para “aumentar a competitividade” dos Correios perante seus concorrentes levanta preocupações, especialmente para o principal beneficiário desse serviço: o consumidor. Tal medida pode prejudicar o setor postal, a economia e, acima de tudo, os consumidores e usuários desses serviços essenciais.

A premissa por trás dos ideais que defendem a limitação da competitividade seria a intenção de proteger empresas estatais, ou não, de uma concorrência que, supostamente, poderia ameaçar a sua sobrevivência. Contudo, ao fazê-lo, ignora-se uma verdade fundamental da economia de mercado: é a competição que impulsiona o desenvolvimento de serviços e produtos, a eficiência e o preço.

Os Correios, com sua vasta experiência e infraestrutura, têm um papel na história e no desenvolvimento do sistema postal brasileiro. No entanto, o mercado mudou. A ascensão do comércio eletrônico e a demanda por serviços de entrega rápidos e confiáveis nunca foram tão altas.

Uma intervenção governamental para diminuir a competitividade no setor postal pode ter várias consequências negativas. Primeiramente, limita a escolha do consumidor. Quando as empresas são protegidas da concorrência, perdem parte do incentivo para melhorar seus serviços e preços, consumidores podem acabar pagando mais por serviços de qualidade inferior.

Do ponto de vista econômico, a limitação da competição pode estagnar o setor. Em um momento em que a economia global se beneficia de inovações disruptivas, o setor postal não pode ser deixado para trás. A entrada de novos players estimula as empresas existentes a inovar, seja melhorando a logística, a tecnologia ou os modelos de negócios. Restringir essa competição significa restringir o desenvolvimento do setor.

A história econômica está repleta de exemplos de empresas estatais que, ao serem protegidas da concorrência, tornaram-se complacentes e ineficientes. Sem a pressão para inovar, elas podem perder a capacidade de competir em um mercado global, onde a eficiência e o constante aperfeiçoamento de produtos e serviços são as chaves para o sucesso.

Medidas regulatórias com objetivo de proteger os Correios pela diminuição da competitividade de seus concorrentes são contrárias aos princípios de livre mercado. Tais ações podem ainda levar a disputas comerciais, prejudicando ainda mais a imagem e a economia do país no cenário internacional.

A intenção de intervir no mercado postal para diminuir a competitividade dos concorrentes dos Correios representa um passo atrás para a inovação, para a economia e, especialmente, para os consumidores. A verdadeira solução para um setor postal robusto e eficiente não reside na limitação da concorrência, mas na promoção de um ambiente que incentive a melhoria dos serviços, otimização de custos e logística, e, a eficiência por meio da competição entre os agentes deste setor.

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