A obra objeto da presente resenha, “Pare de Acreditar no Governo”, foi lançado em 2015 e oferece uma crítica contundente ao papel do Estado na sociedade brasileira. Bruno Garschagen argumenta que o governo falha em cumprir suas promessas e tende a ser uma fonte de problemas ao invés de soluções, ao contrário da visão do senso comum sobre o Estado. A obra desafia os leitores a repensar suas expectativas e crenças no que diz respeito ao papel do governo.
Sobre o autor, Bruno Garschagen é um jornalista, escritor e comentarista político brasileiro, conhecido por compartilhar tanto ideias conservadoras, como liberais. Ele nasceu no Espírito Santo e, é graduado em Direito e possui mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Católica Portuguesa. Garschagen é o autor da obra “Direitos Máximos, Deveres Mínimos”, na qual examina a história dos direitos no Brasil e como eles foram inflados em detrimento das obrigações cívicas.
Além de sua carreira como escritor, o autor também é colaborador de diversos meios de comunicação, nos quais escreve sobre temas de política, economia e cultura. Ele é membro do conselho editorial do Acton Institute e trabalha como professor universitário, atividade em que leciona sobre Teoria Política e História das Ideias Políticas. Suas ideais são marcadas por uma crítica ao Estado e uma defesa do liberalismo clássico e da maior autonomia individual frente ao poder estatal.
A obra “Pare de Acreditar no Governo” explora diferentes aspectos da relação entre o Estado e os cidadãos, como em cenários relacionados à educação, saúde, economia e segurança. O autor utiliza uma combinação de análise histórica, dados estatísticos e exemplos contemporâneos para construir seu argumento ao longo da obra. Ele também discute a influência da cultura política brasileira na perpetuação de um Estado de grandes proporções e intervencionista.
Igualmente, Garschagen argumenta que muitos brasileiros têm uma fé desmedida no governo, esperando que ele resolva todos os problemas da sociedade. O autor coloca essa crença em xeque e expõe como o Estado falha em suas promessas e é ineficiente quando tenta cumpri-las.
O livro também discute como a cultura política brasileira promove a dependência do Estado, com cidadãos que esperam que o governo forneça tudo, desde serviços básicos até segurança e educação. Essa relação de dependência é prejudicial à iniciativa e autonomia individual.
O autor explora as consequências negativas das políticas intervencionistas, as quais resultam em corrupção, burocracia excessiva e distorções econômicas. A obra sugere que muitos dos problemas econômicos do Brasil são exacerbados ou diretamente causados por intervenções governamentais.
Garschagen apresenta uma alternativa ao estatismo proposta por meio do liberalismo clássico, filosofia que valoriza a liberdade individual, o livre mercado e o Estado como um ente limitado, cuja principal função deveria ser proteger os direitos individuais dos cidadãos, e não controlar suas vidas.
Do mesmo modo, o autor enfatiza a importância da autorresponsabilidade. Ele argumenta que os indivíduos devem assumir mais responsabilidade por suas próprias vidas e pela comunidade em que vivem, ao invés de buscar respostas no Estado.
O livro também aborda a necessidade de reformas na estrutura política e administrativa do Brasil para reduzir o tamanho e o alcance do governo, aumentar sua eficiência e promover maior transparência e accountability das atividades estatais. Os conceitos trazidos pelo autor se interligam e formam um forte argumento contra o paternalismo estatal e a favor de uma sociedade mais livre e responsável.
Um dos pontos centrais do livro é exatamente a ideia de que a dependência do governo prejudica o desenvolvimento de uma cultura de autorresponsabilidade e liberdade individual. Em contrapartida, Garschagen sugere que, ao invés de esperar soluções do governo, os cidadãos deveriam buscar mais autonomia e participação ativa na resolução de problemas comunitários.
“Pare de Acreditar no Governo” não só critica o status quo, como também propõe uma reflexão sobre como os brasileiros veem o papel do Estado em suas vidas, o que contribui para o tamanho e grau de intervenção do governo em suas vidas.