Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado um ressurgimento do populismo econômico, especialmente sob a administração do Presidente Lula. Esse fenômeno não é novo no país, tendo suas raízes históricas em figuras como Getúlio Vargas, mas sua manifestação moderna traz implicações preocupantes para o futuro do empreendedorismo e da inovação.
O governo atual tem adotado uma série de medidas que, embora populares entre certos segmentos da população, levantam questões sobre sua sustentabilidade econômica a longo prazo. Entre essas medidas, destacam-se os aumentos significativos no salário-mínimo, a expansão do programa Bolsa Família e a manutenção de subsídios para setores estratégicos. como combustíveis e produtos da cesta básica.
Essas políticas têm sido justificadas com uma retórica voltada para a emoção, utilizando frases de efeito como “é pelo amor” e “o mercado não tem coração”. No entanto, a implementação dessas medidas sem uma base econômica sólida pode trazer consequências adversas. O aumento descontrolado dos gastos públicos e a pressão inflacionária são efeitos imediatos que geram desconfiança no mercado e aumentam a dívida pública.
Outro aspecto crítico é a promoção de investimentos em infraestrutura por meio de programas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Brasil já viu dois PACs anteriormente, durante os governos Lula e Dilma, e os resultados foram desastrosos: obras superfaturadas e abandonadas, bilhões de reais desperdiçados e muita ineficiência. Em vez de concluir as obras já iniciadas, o governo parece determinado a começar novas obras, aumentando ainda mais os gastos públicos sem garantir a eficiência e a conclusão das iniciativas anteriores.
Assim, os males do populismo e da concentração de poderes na mão do Estado são numerosos e preocupantes. Para financiar suas políticas expansivas, o governo recorre ao aumento da carga tributária. Não é à toa, portanto, que entre 2023 e 2024, foram aprovadas diversas leis que aumentam tributos ou criam impostos, como parte da tentativa do governo de balancear as contas públicas.
A recente aprovação da reforma tributária, que simplifica e unifica tributos, também traz consigo a preocupação de que a carga tributária total sobre a população não diminua, mas sim seja redistribuída de forma desigual, impactando mais fortemente o consumo das camadas mais pobres.
Nessa perspectiva, a deterioração das contas públicas no Brasil é evidente. O crescimento dos gastos públicos tem superado o crescimento da arrecadação, gerando um cenário fiscal desafiador e insustentável a longo prazo. A pressão por aumento de tributos e a falta de controle sobre os gastos indicam um risco contínuo de descontrole fiscal, o que pode comprometer ainda mais a estabilidade econômica do país.
Como observou o economista Friedrich Hayek, “A curiosa tarefa da economia é demonstrar aos homens o quão pouco eles realmente sabem sobre o que imaginam que podem projetar.” Essa citação ressalta a arrogância implícita nas políticas populistas que tentam controlar a economia por meio de intervenções extensivas e centralização de poder. Ao aumentar a carga tributária e concentrar mais poder no Estado, o governo compromete a eficiência econômica e a capacidade de inovação, essenciais para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
A crescente intervenção estatal e a tributação excessiva sufocam o empreendedorismo, desestimulam investimentos e limitam a capacidade do setor privado de impulsionar o crescimento econômico. Para evitar que o populismo comprometa o futuro do país, é crucial adotar políticas que promovam a liberdade econômica, incentivem a iniciativa privada e garantam um ambiente de negócios estável e previsível.
Como cidadãos, é nosso dever manter este tema em discussão e garantir que a propaganda ideológica não nos faça perder de vista a importância da iniciativa privada. Por meio de um debate informado e de políticas equilibradas, podemos criar um ambiente mais favorável para o crescimento econômico e a prosperidade.