Sob o governo de Xi Jinping, a China tem implementado um sistema de vigilância e controle que desafia os limites da privacidade e da liberdade individual. A base do controle social na China reside em dois sistemas principais: o hukou e o sistema de crédito social. O hukou é um sistema de registro de residência que divide a população em residentes rurais e urbanos, restringindo a migração interna e o acesso a serviços públicos. Já o sistema de crédito social visa avaliar o comportamento dos cidadãos, atribuindo-lhes uma pontuação baseada em suas ações e comportamentos, tanto online quanto offline.

O hukou foi originalmente introduzido na década de 1950 para controlar a migração e garantir a estabilidade econômica nas cidades. Ao longo dos anos, ele se tornou uma ferramenta de segregação social e econômica, limitando o acesso de milhões de chineses a melhores oportunidades de emprego, educação e serviços de saúde. Sob Xi Jinping, o sistema tem sido reforçado e expandido, tornando-se ainda mais restritivo.

O sistema de crédito social representa uma inovação tecnológica no controle estatal. Utilizando big data e inteligência artificial, o governo chinês pode monitorar e avaliar praticamente todas as atividades dos cidadãos, desde suas compras online até suas interações nas redes sociais. Com base nessas informações, os indivíduos recebem uma pontuação que pode determinar seu acesso a empréstimos, empregos, viagens e até mesmo a possibilidade de seus filhos frequentarem boas escolas.

Xi Jinping tem empregado um “exército invisível” de informantes para reforçar o controle social. Esses informantes são cidadãos comuns recrutados para monitorar e reportar o comportamento de seus vizinhos e colegas. Esse sistema lembra as práticas de regimes totalitários do passado, nos quais a vigilância e a denúncia eram incentivadas para manter a ordem e a lealdade ao regime.

Essa prática cria um ambiente de desconfiança e medo, onde qualquer pessoa pode ser um potencial informante. A liberdade individual é suprimida em nome da segurança e da estabilidade social. 

Em uma sociedade livre, a privacidade e a liberdade de movimento são direitos fundamentais que devem ser protegidos. No entanto, na China, esses direitos são frequentemente sacrificados em nome de uma suposta “estabilidade social”.

A concentração de poder nas mãos do Estado, combinada com tecnologias avançadas de vigilância, pode levar a uma erosão significativa das liberdades individuais. A ideia de que o governo sabe o que é melhor para seus cidadãos e, portanto, deve controlá-los para seu próprio bem, é profundamente incompatível com liberdades individuais e a preservação da capacidade de autodeterminação pelo indivíduo.

O controle social na China, exemplificado pelo sistema de hukou, pelo sistema de crédito social e pelo uso de informantes é contrário a uma sociedade verdadeiramente livre, na qual os indivíduos têm o direito de viver suas vidas sem a interferência constante e intrusiva do governo. Para que a preservação de uma sociedade baseada na liberdade e na autonomia individual, é crucial resistir a todas as formas de controle excessivo e vigilância.

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