A fotografia de natureza possui muitas vertentes, com suas especificidades, trazendo equipamentos, técnicas e desafios diferentes. Apresento neste texto algumas curiosidades sobre a fotografia de natureza.
Como contadores de histórias sobre a biodiversidade, os fotógrafos de natureza se aventuram por uma ou mais dessas áreas específicas que captam o mundo natural, de paisagens deslumbrantes a microcosmos escondidos, de aves que atravessam os céus a animais marinhos que deslizam pelas profundezas. Cada subcategoria revela sua própria essência, celebrando a beleza, a maravilha e o equilíbrio da vida.
Assim, todos esses exploradores visuais compartilham o objetivo comum de inspirar uma conexão mais profunda das pessoas com o planeta e o compromisso com a conservação do meio ambiente.
As curiosidades abaixo são ALGUMAS das coisas interessantes sobre a fotografia de natureza, que adicionam profundidade a essa forma de expressão artística e destacam a paixão, o comprometimento e o impacto positivo que esses artistas têm em nossa compreensão do mundo e a conservação ambiental.
Espero que gostem e sintam-se inspirados!
1 – Conhecimento da natureza: É crucial entender o comportamento dos animais, estações do ano e as condições climáticas para prever quando o momento certo ocorrerá. Algumas fotos icônicas da natureza são capturadas em frações de segundo, como o salto de um predador ou a erupção de um vulcão.
Também é importante que o fotógrafo se dê a oportunidade de estar na hora certa, no local certo, com o equipamento adequado, como bem disse Henri-Cartier Bresson.
Porém, apesar de contarmos com um bocado de sorte, muitas vezes o fotógrafo pode tomar medidas para que esse “instante decisivo” aconteça com mais frequência. Planejar uma foto de natureza muitas vezes envolve pesquisa minuciosa e espera paciente.
Em harmonia com a natureza: um momento íntimo de um fotógrafo configurando cuidadosamente uma armadilha fotográfica na floresta, capturando a essência da vida selvagem. Foto: Augusto Gomes
2 – Paciência é a chave: Fotógrafos de natureza podem esperar horas, dias, semanas ou até meses para capturar o momento perfeito de uma criatura ou fenômeno natural. Eu mesmo já demorei 3 meses para conseguir fazer a foto de uma jaguatirica.
Esconderijo na Reserva Biológica de Sooretama para fotografar uma ave. Making of do projeto de livro fotográfico “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Sooretama”. Foto: Herone Fernandes
3 – Equipamento especializado: Utilizamos lentes teleobjetivas, macros, drones, tripés robustos e câmeras à prova d’água, dentre muitos outros equipamentos, para lidar com os desafios do ambiente natural.
O equipamento de um fotógrafo de natureza pode pesar muito, especialmente durante expedições longas.
Fotógrafo de natureza capturando imagens com equipamento especializado em uma expedição. Foto: Felipe Facini
4 – Proteção do meio ambiente/ativismo: Fotógrafos de natureza são frequentemente defensores da conservação, contribuindo para a proteção de habitats e espécies. Fotógrafos evitam pisar em áreas sensíveis e respeitam os códigos de conduta ambiental.
A ética na fotografia de natureza é crucial, garantindo o máximo possível que os animais não sejam perturbados ou prejudicados durante o processo.
Entretanto, em algumas situações, como quando acompanhando pesquisas científicas, é preciso quebrar essa regra, porém, sempre com autorização dos órgãos competentes e sempre garantindo que o trabalho seja feito com muito respeito.
Além disso, muitos fotógrafos de natureza usam seu trabalho para inspirar conscientização e ação em prol da conservação da natureza.
Consequências da interação humana: Onça-parda atropelada na BR-101, um lembrete pungente da necessidade de proteção ambiental. Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios.
5 – Técnicas de camuflagem: Para se aproximar de animais selvagens (ou para que eles se aproximem de você), utilizamos técnicas de camuflagem, como roupas com cores que se confundam com o ambiente e a utilização de esconderijos.
Fotógrafo de natureza emprega roupas camufladas para se mesclar ao ambiente e capturar a vida selvagem. Making of do projeto de livro fotográfico “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Sooretama”. Foto: Herone Fernandes.
6 – Observação silenciosa: Para evitar assustar os animais, muitas vezes é necessário fotografar em silêncio absoluto. Ao caminhar nas trilhas, quanto mais silêncio, melhor. Imagine-se um animal no meio do mato… você iria esperar para ver o que é aquele ser grande e barulhento que se aproxima?
Encontro respeitoso na natureza: Selfie silenciosa de um observador com um jacaré, destacando a importância da quietude na observação de animais. Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios.
7 – Viagens pelo mundo: Fotógrafos viajam para locais remotos, muitas vezes enfrentando condições adversas, para encontrar os cenários mais deslumbrantes. E vou te falar… vale a pena!!!
Aventura fotográfica na Escócia: Selfie de um observador de aves com os encantadores papagaios-do-mar em uma ilha isolada. Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios.
8 – Trabalho em equipe: Fotógrafos frequentemente colaboram com cientistas e pesquisadores para documentar a vida selvagem. Inclusive, essa é uma ótima dica para fotógrafos iniciantes.
Não sabe como começar? Seja voluntário em alguma OSC de sua cidade. É muito possível, que quando a oportunidade surgir, você pode ser contratado por essas mesmas OSCs, ou outras instituições que viram o quão proativo e apaixonado pela causa você é!
Sinergia na natureza: Pesquisadores e fotógrafos unem esforços para capturar e estudar a vida selvagem. Making of do projeto de livro fotográfico “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Sooretama”. Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios.
9 – Adaptação à luz: A luz natural muda rapidamente na natureza, exigindo ajustes constantes nas configurações da câmera e adaptações no equipamento.
Lente teleobjetiva posicionada para registrar a magnífica mudança de luz no lago durante a “hora mágica” ao fim da tarde. Making of do projeto de livro fotográfico “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Sooretama”. Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios.
10 – Tipos de fotografia de natureza: Na fotografia de natureza existem diversas áreas de especialização, e cada uma é como se fosse um novo mundo, com técnicas e equipamentos específicos. Tem a fotografia de aves, fotografia subaquática, fotografia de paisagem, fotografia científica, dronefotografia, dentre muitas outras.
Portanto, no futuro, irei preparar um material espécífico sobre isso.
Inovação com foco na fotografia científica: Aquário triangular especializado usado para capturar imagens únicas de peixes em seu habitat natural. Making of do projeto de livro fotográfico “Últimos Refúgios: Reserva Biológica de Sooretama”. Foto: Leonardo Merçon / Instituto Últimos Refúgios.
Sendo assim, é através das lentes dos fotógrafos / cinegrafistas de natureza que testemunhamos a majestade da vida selvagem, os delicados equilíbrios dos ecossistemas e os esforços incansáveis para protegê-los. Suas imagens nos inspiram a apreciar e respeitar a natureza, lembrando-nos de que o planeta é maravilhoso, porém frágil.
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