Macaco Barbado: veja foto de um encontro inesquecível

Descubra a história do registro do bugio-ruivo macho e sua exibição na exposição “Primatas da Mata Atlântica.” | Fotos de Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

31 de julho de 2024
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A Emoção de um Encontro Incrível

Os barbados, também conhecidos como bugios-ruivos, são fascinantes. 

Bugio-ruivo macho com uma linda “barba”, sentado em uma árvore em Cachoeiro de Itapemirim, destacando-se como o macho alfa de seu grupo.

Bugio-ruivo macho em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Esses primatas, que habitam o leste e sudeste do Brasil, andam em grupos onde o macho alfa se destaca pela robustez e uma “barba” de respeito.

Inclusive, essa é uma característica que dá um de seus nomes populares, o macaco barbado. 

É sobre um desses encontros mágicos e seus desdobramentos, que conto na história de hoje.

Estávamos a caminho de um trabalho, percorrendo uma estrada interiorana em Cachoeiro de Itapemirim, quando, de repente, vi um grupo de bugios-ruivos nas copas das árvores. 

Uma família de seis indivíduos se alimentava tranquilamente. Parei o carro e fiquei observando, esperando o momento certo para registrar a cena.

O Alfa e Sua Barba

Entre os seis, o macho alfa se destacou imediatamente. Ele estava bem na minha frente, com sua barba proeminente e pelagem avermelhada, observando sua família com um olhar protetor. 

A decisão dele de me considerar inofensivo permitiu que eu me aproximasse mais e registrasse aquele momento. 

O macho alfa posou para mim, e eu sabia que estava diante de algo especial. A sensação de ser aceito por esses animais no seu habitat natural é o que me move. 

É nessas horas que me sinto parte da natureza novamente.

A Fotografia que Virou Exposição

Mal sabia aquele bugio que sua imagem seria eternizada, representando a sua espécie, na exposição “Primatas da Mata Atlântica,” no Museu Mello Leitão, em Santa Teresa/ES. 

A fotografia do macho alfa, agora exposta, simboliza a força e a beleza desses lindos seres. 

Participar dessa exposição é uma honra, principalmente porque ela tem um papel fundamental na sensibilização para a conservação dos primatas da Mata Atlântica.

Explorando o Mundo dos Primatas

Os bugios-ruivos, ou Alouatta guariba (nome científico), são conhecidos por suas vocalizações poderosas, usadas para marcar território. 

Os machos são maiores e robustos, com uma “barba” mais proeminente, enquanto as fêmeas são menores, e “menos barbadas”. Porém, lindas da mesma forma. Em especial, enquanto carregam seus filhotes.

Mãe bugio-ruivo com seu filhote em uma árvore, exemplificando as diferenças entre o macho adulto (da foto anterior) e a fêmea com filhote.

Mãe bugio-ruivo com filhote em São Paulo. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Esses primatas têm uma dieta predominantemente folívora, com folhas compondo a maior parte de sua alimentação. 

Eles desempenham um papel crucial na manutenção da saúde das florestas onde vivem, ajudando na dispersão de sementes e na regulação das espécies vegetais.

A Exposição “Primatas da Mata Atlântica”

A exposição “Primatas da Mata Atlântica,” organizada pelo Instituto Nacional da Mata Atlântica e curada pelo meu colega fotógrafo André Alves, reúne fotografias, ilustrações e vocalizações das espécies de primatas que habitam a Mata Atlântica.

Arte de divulgação da exposição "Primatas da Mata Atlântica," no Museu Mello Leitão / Instituto Nacional da Mata Atlântica, em Santa Teresa/ES, com curadoria de André Alves.

Divulgação da exposição “Primatas da Mata Atlântica,” no Museu Mello Leitão, Santa Teresa/ES. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios

Além das minhas fotografias, incluindo uma do barbado e outra do guigó, há também imagens de pesquisadores, guias e fotógrafos de natureza de vários estados brasileiros. Essa diversidade é o grande diferencial dessa exposição.

Além das ilustrações de Stephen Nash, que são maravilhosas e complementam perfeitamente as fotografias.

O Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA)

O INMA desempenha um papel crucial na conservação e estudo dos ecossistemas da Mata Atlântica. 

Sua dedicação à conservação e à pesquisa tem sido fundamental para diminuir o desconhecimento sobre a Mata Atlântica, gerando conhecimento que nos ajuda  a proteger a biodiversidade deste bioma tão rico, porém, tão agredido. 

Agradeço imensamente ao INMA por acolher a exposição e por seu compromisso contínuo com a sensibilização e educação ambiental.

Curadoria

O professor André, que me inspirou desde o início da minha carreira, já se aventurava na fotografia de natureza há mais de 20 anos, quando eu ainda dava meus primeiros cliques com a câmera. 

Lembro-me bem do dia, há duas décadas, em que ele me recebeu de portas abertas em seu escritório. 

Naquela ocasião, eu o entrevistei para minha iniciação científica (UFES) sobre crítica genética, um estudo que analisava o trabalho de um artista a partir do material gerado durante a produção das obras. 

Suas histórias foram uma grande inspiração em minha decisão em trilhar o caminho da fotografia de natureza.

Apesar de sua paixão inicial, ele decidiu se afastar da fotografia de natureza e se profissionalizar na fotografia de casamentos. 

Mas, para minha alegria e de muitos outros admiradores de seu trabalho, ele recentemente retornou ao mundo da fotografia de natureza. 

Hoje, colaboramos na exposição “Primatas da Mata Atlântica”, na qual sua curadoria e empolgação foram revigorantes para mim. 

Uma Mensagem de Esperança

A exposição “Primatas da Mata Atlântica” é uma celebração da beleza dos primatas e um chamado de ação para a necessidade de sua conservação. 

Ela nos lembra da necessidade urgente de proteger esses animais e seus habitats. 

Recomendo sua visita à exposição para conhecer os 24 primatas da Mata Atlântica do Brasil. E quando for, se curtir, compartilhe com seus amigos.

Visite, comente, curta e compartilhe este conteúdo. Sua interação é fundamental para manter viva a chama da conservação e mostrar ao mundo a importância de proteger nossa biodiversidade. 

Espero que tenham gostado desta história. Te vejo na próxima aventura!

SERVIÇO

“Primatas da Mata Atlântica”

Curadoria: André Alves

Abertura: 9 de julho, às 18h

Temporada: 10 de julho de 2024 a 16 de fevereiro de 2025 

Visitação: terça-feira a domingo, de 8 às 17 horas

Local: Museu de Biologia Prof. Mello Leitão (Av. José Ruschi, 4 – Centro, Santa Teresa/ES)

Agendamento de grupos: [email protected] e 27 99667-5980

Espero que tenham gostado desta história. Te vejo na próxima AVENTURA! 😉👍

Por Leonardo Merçon

Leonardo Merçon, fotógrafo de natureza sorri enquanto um passaro chamado de "corrupião" ou "sofrê" pousa em sua câmera, interagindo com o fotógrafo.

Fotógrafo e Cinegrafista de natureza, fundador do Instituto Últimos Refúgios, Mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, apaixonado pelo meio ambiente! Junte-se a mim nesta incrível jornada de descobertas sobre a vida selvagem e veja mais histórias lindas que vivo estando sempre explorando a natureza. 🌳 (Foto de makingof: Iago Bueno)

 


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