Jataís-da-terra: fotos flagram colmeia de abelhas sem ferrão em reserva no ES

Na Reserva Águia Branca, a simples observação das abelhas jataís-da-terra levou a um resultado inesperado. Este relato detalha como pequenos gestos podem proteger e educar sobre a biodiversidade local, transformando o modo como interagimos com o meio ambiente e inspirando ações de conservação que beneficiam a natureza e a comunidade. A matéria aborda os esforços conjuntos para a proteção destas abelhas sem ferrão, destacando a instalação de cercados, educação dos visitantes, e o impacto duradouro dessas iniciativas.

17 de abril de 2024
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Descubra a história de como pequenas abelhas estão inspirando pessoas.

Sensibilidade para perceber

Numa manhã fresca na Reserva Águia Branca, um banco solitário oferecia uma vista para a lagoa enquanto o sol nascia. Estava por lá produzindo o livro “Últimos Refúgios: Da Pedra Azul ao Forno Grande”, que mostra a riqueza da biodiversidade da região. 

Enquanto me acomodava para contemplar a paisagem antes de entrar na trilha enquanto a equipe ainda se aprontava, um pequeno buraco no chão perto do banco capturou minha atenção. 

Três abelhas jataí-da-terra emergindo da entrada de sua colmeia no solo da Reserva Águia Branca, demonstrando a interação delicada entre a natureza e a atividade humana.

Três jataí-da-terra na entrada de sua colmeia subterrânea na Reserva Águia Branca, em Vargem Alta-ES, capturando a coexistência entre humanos e natureza. | Foto: Leonardo Merçon

Era a entrada para o mundo secreto das jataís-da-terra, pequenas abelhas nativas que escolheram este ponto improvável para chamar de lar.

As jataís-da-terra, conhecidas cientificamente como Paratrigona subnuda, escolhem o solo como lar, diferente de muitas outras abelhas. Elas são pequeninas inofensivas, pois são abelhas sem ferrão, nativas do Brasil.

Perigo à Vista  

Durante minha observação, percebi que a colmeia estava sendo pisoteada por visitantes que, ignorantes da sua existência, posicionavam-se para fotografias. A necessidade de proteger essas abelhas tornou-se evidente.

Pequenos Seres, Grandes Lições  

Ao perceber que a colmeia estava em perigo constante, decidi que era hora de agir. Uma simples observação transformou-se em um compromisso, iniciando um esforço para proteger essas criaturas tão facilmente ignoradas.

Com a ajuda de materiais simples, como estacas de madeira e barbante, eu e minha equipe criamos um cercado improvisado ao redor da entrada da colmeia. Esse ato de proteção visava não apenas salvar as abelhas mas também educar os visitantes sobre a importância de observar cuidadosamente onde pisam.

Uma Comunidade que Aprende e Ensina 

Após a instalação do cercado, aproveitei para informar os funcionários da reserva sobre a presença da colmeia. 

A resposta dos responsáveis pela reserva, foi linda! O local transformou-se em uma ação educativa, mostrando que o conhecimento e a sensibilidade podem moldar a realidade. Agora, a pequena colméia fazia parte do roteiro indicados para os visitantes.

Quando retornei à reserva em 2024, a visão da colmeia ainda protegida, agora com estruturas melhoradas e informações educativas (placa), reforçou a importância de nosso cuidado.

Selfie de Leonardo Merçon e sua esposa ao lado da colmeia protegida de jataí-da-terra na Reserva Águia Branca, destacando a estrutura de conservação aprimorada.

Leonardo Merçon e sua esposa Ilka Westermeyer, celebram o sucesso das medidas de proteção à colmeia de jataí-da-terra na Reserva Águia Branca, em 2024. | Foto: Leonardo Merçon

 

Fotografia da placa informativa na Reserva Águia Branca, que marca o local do ninho das abelhas jataí-da-terra, enfatizando a importância da educação ambiental.

Placa indicativa do ninho das jataí-da-terra na Reserva Águia Branca, destacando os esforços de conservação e educação. | Foto: Leonardo Merçon

Inspiração para a Ação  

Este relato de conservação não é apenas sobre abelhas ou uma colmeia; é sobre como cada um de nós pode agir de forma significativa. Como cada pequena ação pode ter repercussão muito positivas que nem esperamos. 

Convido todos a visitarem a Reserva Águia Branca, a conhecerem esta história de resiliência e a se inspirarem a tomar ações que honrem e protejam nossa interconectada teia de vida. 

Estando atentos e sensíveis a pequenos detalhes, como o momento que percebi as abelhas e seu sofrimento, podemos viver histórias que tocam nosso coração e nos inspiram para sermos pessoas melhores. Qualquer ação que, como civilização, nos afaste da barbárie, vale a pena!

Espero que tenham gostado de mais essa aventura!

Por Leonardo Merçon

Fotógrafo e Cinegrafista de natureza, fundador do Instituto Últimos Refúgios, apaixonado pelo meio ambiente!

Junte-se a mim nesta incrível jornada de descobertas sobre a vida selvagem e veja mais histórias lindas que vivo estando sempre explorando a natureza. 🌳

 

O livro “Últimos Refúgios: De Pedra Azul ao Forno Grande”

Foi um projeto executado através da Lei de Incentivo à Cultura, realizado pelo Instituto Últimos Refúgios @ultimosrefugios , Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo, com patrocínio do Grupo Águia Branca ( @grupoaguiabranca Reserva Águia Branca] ), Medsênior ( @medsenior_ig ) e Diaço Distribuidora de Aço S/A ( @grupodiaco ); e apoio do Instituto Estadual do Meio Ambiente ( @meioambientees ), Reserva Ambiental Águia Branca ( Reserva Águia Branca] ), Parque Estadual da Pedra Azul ( @pe.pedraazul ), Parque Estadual do Forno Grande ( @pe.fornogrande ), Ecoparque Pedra Azul Aventura ( @ecoparque_pedra_azul_aventura ), Instituto O Canal ( @institutoocanal ), MAKNA e Ripple Essentials ( @useripple ).

 


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