Encontro Inusitado na Reserva Biológica de Sooretama.
Caminhando cautelosamente pela Reserva Biológica de Sooretama, no norte do Espírito Santo, encontrei um grupo de quatis-de-cauda-anelada, uma cena que dificilmente esquecerei. Daí vem o título desse texto: Olho no Olho com o Quati.
Uma de minhas experiências favoritas em contato com a natureza. Eles, focados na busca por alimentos, não perceberam minha aproximação.
Ao me verem, em vez de fugirem, com o susto, escalaram a árvore mais próxima, me encarando curiosos. Porém, não subiram alto, ficaram na altura de minha cabeça.
![Quati-de-Cauda-Anelada na Reserva Biológica de Sooretama - Um Momento de Conexão com a Natureza Quati-de-cauda-anelada observando curiosamente, agarrado em uma árvore, na Reserva Biológica de Sooretama.](https://www.folhavitoria.com.br/colunas/natureza-e-cultura/wp-content/uploads/2024/01/Quati-de-cauda-aneladaNasua-nasua-Vertical-819x1024.jpg)
Apesar de passar a maior parte do tempo procurando alimento pelo chão da floresta, o hábil Quati (Nasua nasua) sobe em árvores todas as vezes que se assusta ou precisa procurar refúgio. Em casos assim, eles se camuflam no alto das árvores, rota mais fácil encontrada. Foto: Leonardo Merçon.
Nos seus olhos, li uma pergunta silenciosa: “Por que esse ‘monstro’ não nos atacou?”
Na mesma hora, respondi para ele, também em meus pensamentos: “Por sua sorte, esse “monstro” aqui ama os animais!”
Essa interação refletiu não só em um momento mágico captado pela câmera, em meu coração também revelou a essência da minha paixão pela fotografia de natureza.
O Quati em Seu Habitat
O quati-de-cauda-anelada (Nasua nasua) é um mamífero que come de quase tudo (onívoro).
Também são habitante das florestas da América do Sul, em especial o Brasil, ele se destaca pela cauda com pelagem em padrão de anéis e pelo nariz alongado.
Esses animais são notáveis pela sua curiosidade e agilidade, movendo-se com destreza tanto no chão quanto nas árvores. Seus hábitos diurnos e sociais, em grandes bandos, tornam-os figuras fascinantes para qualquer fotógrafo de natureza como eu.
Empatia e Conexão com a Natureza
Assim, com experiências com esta, a empatia para com os animais é um aspecto crucial da minha fotografia.
Observar os quatis lidando com os desafios da vida selvagem, como a busca constante por alimento e a ameaça de predadores como as onças-pintadas, ainda presentes na Rebio de Sooretama, reforça a importância da valoriação desses pequenos seres tão interessantes.
Contudo, Infelizmente, esses animais também enfrentam perigos adicionais causados pelo homem, como caça, desmatamento ou simplesmente a fazer mal para eles por maldade.
Conservação e Sensibilização
Embora classificado pela IUCN como uma espécie de ‘Pouca Preocupação’ em relação ao seu nível de ameaça de extinção, o quati-de-cauda-anelada não está imune às ameaças ambientais.
A perda de habitat e a caça ilegal são realidades que colocam em risco a sua existência.
Sendo assim, em minha jornada como fotógrafo, busco não apenas capturar a beleza desses animais, mas também promover uma conscientização sobre a necessidade urgente de protegermos a natureza.
Um Olhar Diferente para o Mundo Natural
Minha esperança é que, ao compartilhar essas imagens e experiências, eu possa inspirar mais pessoas a olharem o mundo com paixão, admiração e respeito. Cada fotografia é uma pequena janela para uma conexão com a natureza e dos seres que nela habitam.
Ao observarmos os quatis, por exemplo, vemos mais do que animais selvagens; vemos seres vivos complexos e fascinantes, integrantes vitais do nosso ecossistema, que também merecem viver bem.
Um Convite à Descoberta
Ao encerrar esta matéria, convido você, leitor, a descobrir mais sobre os quatis-de-cauda-anelada e outros habitantes de nossas florestas e quem sabe você também possa viver a experiência de ficar olho no olho com o quati.
Suas histórias são contadas não apenas por palavras, mas pelas imagens que capturo. Abrace você também a causa da conservação ambiental.
Junte-se a mim e ao Instituto Últimos Refúgios nesta missão de proteger e valorizar o nosso patrimônio natural.
Podemos fazer a diferença, garantindo um futuro onde a harmonia com a natureza não seja apenas um ideal, mas uma realidade.
Por Leonardo Merçon
Fotógrafo e Cinegrafista de natureza, fundador do Instituto Últimos Refúgios, apaixonado pelo meio ambiente!