Em 2007, estava apenas em meu terceiro ano como fotógrafo, ainda decidindo quais caminhos deveria seguir. Lembro ainda hoje do dia em que me apaixonei pela natureza e o encontro com uma tamanduá e seu filhote.
Um Encontro que Mudou Tudo: Tamanduá com Filhote
Em um dia marcado pela ansiedade e pela incerteza de um fotógrafo no início de sua carreira, o Parque Estadual Paulo Cesar Vinha se revelou como um cenário de uma história inesquecível.
Foi ali, em meio à sua diversidade vibrante, que uma mamãe tamanduá-de-colete e seu filhote cruzaram meu caminho, ensinando-me uma lição valiosa.
Esse momento não só marcou o início da minha jornada na fotografia de natureza, mas também despertou em mim a paixão pela conservação ambiental. “As pessoas só protegem o que sabem que existe!” – essa frase ganhou um significado real para mim naquele instante.
Isso porque mesmo eu, que já gostava da natureza, não sabia da possibilidade de encontrar um ser tão fascinante tão perto de casa.
Em minha cabeça da época, encontros fantásticos com a natureza só seriam possíveis se eu saísse do Espírito Santo, ou até mesmo do país. Mal sabia eu que, mais tarde, entenderia que o Espírito Santo é um dos lugares com a biodiversidade mais rica do mundo!
Vale lembrar que, naquela época, o acesso à informação não era tão fácil como hoje. A internet estava apenas começando e o que eu sabia sobre a natureza brasileira era aprendido pelas conversas que tinha com pesquisadores ou no que havia visto em materiais impressos.
Nesse cenário, a conexão emocional que senti por essa família tamanduá mostrou-me o poder daquele tipo de encontro e como a fotografia conseguiria me ajudar a contar essas histórias com o poder de ajudar a transformar a percepção e a relação das pessoas com o meio ambiente.
As pessoas precisavam conhecer aquele sentimento que eu havia sentido. Quem sabe assim respeitariam mais a natureza…
Um Ícone da Biodiversidade Capixaba
O tamanduá-mirim, ou tamanduá-de-colete, protagonista dessa história, é uma criatura de hábitos singulares, capaz de provocar admiração pela sua beleza e peculiaridades.
Habitante das florestas e savanas, este animal solitário nos ensina sobre resiliência e cuidado, carregando seu filhote nas costas até que esteja pronto para explorar o mundo sozinho.
Embora listado como “pouco preocupante” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), ele enfrenta ameaças significativas, como a perda de habitat e a caça ilegal.
A Fotografia Como Ponte para a Conservação
Capturar a essência desses seres através da minha câmera foi mais do que um ato de documentar a biodiversidade, foi um chamado para a ação.
Cada imagem que compartilho visa não só mostrar a beleza natural do nosso planeta, mas também a educar e inspirar ações concretas para a conservação dessas espécies.
Início da Jornada
No início da minha jornada, enfrentei muitas dúvidas sobre a possibilidade de prosperar na área da fotografia de natureza.
Sem acesso a equipamentos avançados, como os usados por fotógrafos internacionais, e com poucos recursos para expedições elaboradas, a incerteza era sempre presente.
Essa insegurança, porém, se dissipou no momento em que tive o privilégio de capturar a imagem que apresento nesse post.
Essa experiência reveladora me fez compreender que, mais do que ter o melhor equipamento, o essencial na fotografia de natureza é a paixão pelos animais, a habilidade de aprimorar constantemente a técnica fotográfica e a capacidade de se maravilhar com os presentes que a natureza nos oferece, tentando traduzir isso através desse formato artístico.
A arte de contar histórias por meio da fotografia reside na emoção transmitida, provando que o valor de uma imagem transcende os meios usados para capturá-la.
Junte-se a Nós na Jornada pela Conservação
A jornada de conservação é longa e cheia de desafios, mas é também repleta de esperança.
Esta fotografia, que se tornou a capa do meu primeiro livro, é mais do que uma imagem: é um convite para descobrir, admirar e proteger a extraordinária biodiversidade que nos rodeia, especialmente no Espírito Santo, minha casa.
Através da fotografia temos o poder de contar histórias que palavras não podem expressar, inspirando pessoas e conectando corações e mentes à causa ambiental.
Convido você a embarcar nesta jornada de descoberta e conservação. Juntos, podemos garantir que histórias como a da mamãe tamanduá e seu filhote continuem sendo contadas.
Espero que tenham gostado de mais essa aventura!
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Por Leonardo Merçon
Fotógrafo e Cinegrafista de natureza, fundador do Instituto Últimos Refúgios, apaixonado pelo meio ambiente!
Junte-se a mim nesta incrível jornada de descobertas sobre a vida selvagem e veja mais histórias lindas que vivo estando sempre explorando a natureza. 🌳