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Saúde em Fórum

por Dra. Alice Sarcinelli

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Médico renomado conta experiência na Harvard Medical School

Publicado em .

A coluna “Saúde em Fórum” vai contar, em alguns momentos, com a participação especial de um  especialista na área da saúde. O texto de hoje é assinado pelo doutor Alberto Büge Stein, cirurgião do aparelho digestivo, pós graduando em “Surgical Leadership”, pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos.

Análise

Relação entre custos e qualidade na Saúde

"The quality goes up, and the costs come down". "A qualidade sobe e os custos caem". Essa é a tradução literal dessa frase de Don Berwick, que entre outros feitos, serviu como diretor do Center of Medicare and Medicaid Services (CMS) durante a administração de Baracka Obama entre 2010 e 2011. O CMS constitui uma das principais fontes pagadoras em saúde dos EUA. Sabidamente, os gastos com Saúde crescem consideravelmente a cada ano, alavancados pelo envelhecimento da população, incorporação de novas tecnologias e tratamentos, aumento da expectativa de vida, baixo investimento em prevenção e promoção de saúde. Estimativa do Tesouro Nacional Brasileiro é de que os gastos com Saúde no Brasil saltem de R$ 5,7 bilhões em 2023, para R$ 10,6 bilhões até 2027. Entretanto, o aumento dos gastos/custos em Saúde não refletem em aumento de qualidade em assistência. Quando começarmos a investir em qualidade da assistência ao invés de usarmos o dinheiro para pagar a “conta no fim do ano”, veremos seu custo cair. Um dos cases mais interessantes que vimos foi sobre o programa de manejo de pacientes de alto risco. Aqueles pacientes com internações hospitalares frequentes, uso de vários medicamentos, portadores de várias doenças crônicas como hipertensão, diabetes, cardiopatias, obesidade. Esse grupo é capaz de consumir de 60 a 90% de todo o investimento em Saúde. Porém, ao investir em uma gestão ativa, atenta às questões sociais e econômicas além das questões clínicas, o programa foi capaz de reduzir o número de visitas ao Pronto Socorro (P.S), diminuir o total de internações, melhorar a aderência aos medicamentos e,  consequentemente, a qualidade de vida do paciente, gerando um Retorno sobre Investimento (ROI) de $ 2.60 de economia para cada $1 investido. Investir na qualidade da assistência, eliminando desperdícios, atento aos fatores previsíveis, reduz o custo com a Saúde. Será que estamos investindo o suficiente em qualidade ou continuamos pagando a conta no fim do ano?