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Saúde em Fórum

por Dra. Alice Sarcinelli

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Os desafios do mercado farmacêutico para atender às necessidades do sistema de Saúde

A indústria farmacêutica representa um papel importante para o setor de saúde, onde a complexidade das fases e a regulamentação dos medicamentos fazem com que haja grandes desafios a serem enfrentados.

Constante evolução

É preciso se adaptar a esse novo momento

O mercado farmacêutico tem passado por constantes transformações ao longo dos anos, impulsionadas pelo avanço tecnológico e aumento da demanda por tratamentos eficazes. Essas mudanças trazem oportunidades e desafios para a indústria farmacêutica, que busca, constantemente, se adaptar e inovar para atender às necessidades dos pacientes e do sistema de saúde. Segundo a categoria, uma tendência na indústria farmacêutica é o desenvolvimento de medicamentos personalizados e terapias direcionadas. Com o avanço da genômica e das tecnologias de diagnóstico, é possível identificar características genéticas específicas em pacientes e criar medicamentos sob medida para tratar suas doenças de forma mais precisa e eficiente. O farmacêutico e diretor da O2 Manipulação, Paulo Alexandre Palacio, garante que no mercado tem crescido a procura de manipulados. “Com a tecnologia e a facilidade das farmácias em fazerem exames, por exemplo, de glicose, colesterol e triglicerídeos no próprio local, fica mais fácil montar um produto personalizado e isso é muito interessante para a prevenção de doenças. Se, por exemplo, o paciente está com uma glicose mais alta, eu consigo prevenir um problema futuro com o manipulado. Porém, a indústria farmacêutica tem uma limitação que não consegue personalizar remédios, já que precisa desenvolver um produto em grande escala para consumo”, explica. Dessa forma, o desenvolvimento de medicamentos inovadores enfrenta desafios. O longo tempo e alto custo do desenvolvimento clínico de novos medicamentos são obstáculos significativos para a indústria. Além disso, os rigorosos processos regulatórios e de aprovação dificultam ainda mais a entrada de novos produtos no mercado. As empresas farmacêuticas precisam investir em pesquisas e desenvolvimento, ao mesmo tempo em que garantem a segurança e eficácia dos medicamentos, o que exige equilíbrio e expertise. Outro desafio importante diz respeito ao acesso aos tratamentos. Enquanto medicamentos inovadores são desenvolvidos, é essencial garantir que eles sejam acessíveis a todos os pacientes que deles necessitam. A regulação e políticas de preços são temas complexos, pois envolvem diferentes interesses como a sustentabilidade do sistema de Saúde e a competição no mercado farmacêutico. É necessário encontrar um equilíbrio entre o acesso à inovação e a sustentabilidade do sistema. “O sistema de saúde investe em estudos quando há interesse, ou seja, quando há retorno dos investimentos. A pesquisa é direcionada para determinado produto que tenha vendas significativas. Cito, por exemplo, remédios para malária. A indústria farmacêutica não tem interesse em fazer estudos sobre o assunto porque é voltada para países subdesenvolvidos. Já para emagrecimento, a indústria investe em estudos porque vai ter retorno”, explica Palacio. Nesse contexto, a prevenção das doenças passa a ser um diferencial no mercado. “A ideia dos produtos manipulados é a prevenção. Até mesmo o Sistema Único de Saúde (SUS) já começou a fazer isso, o que é um avanço”, garante Palacio. A digitalização e a integração de tecnologias, como a Inteligência Artificial e a telemedicina são outros diferenciais que estão transformando a maneira como os medicamentos são desenvolvidos, prescritos e utilizados pelos pacientes. Essas inovações permitem o monitoramento remoto, a personalização dos cuidados de saúde e a melhoria da adesão ao tratamento, resultando em melhores resultados clínicos e redução de custos. A busca por soluções é assim contínua, visando melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.