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Saúde em Fórum

por Dra. Alice Sarcinelli

Saudeemforum

Crédito da foto: divulgação

O mercado de saúde do Espírito Santo na análise de uma Big Four

Publicado em .

As quatro maiores empresas de auditoria do mundo são conhecidas no mercado como Big Four, dentre elas está a multinacional Deloitte. O Espírito Santo recebeu a sócia de líder em Healthcare da empresa, Fátima Pinho, no evento Saúde em Fórum, trazendo uma análise do cenário Regional em saúde, em contraponto com o panorama mundial e brasileiro.

Crédito da foto: divulgação

Palestra Magna traz panorama do mercado de saúde

A palestrante Fátima Pinho da Deloitte e sócia líder em Healthcare se apresentou no evento Saúde em Fórum, com a palestra Magna que trouxe um panorama do mercado da saúde no Brasil, com recorte para o Espírito Santo. Além disso, ela fez questão de desmistificar a questão da inovação como se fosse algo difícil. “Quando as pessoas falam em tecnologia, as pessoas acham que é algo de sete cabeças, mas não é assim. Precisamos aprender a priorizar. “As healthtechs que se aproximam do mercado não são necessariamente uma concorrente ou ameaça. Ninguém é bom em tudo e, em algum momento, a colaboração faz o processo acelerar. As empresas estão alavancando muitas outras empresas”, garante.

Ela explica que as consolidações de mercado, vão surgir com o nível de colaboração do setor de forma mais acelerada. “No Espírito Santo, há 47% de cooperativas médicas. A situação está estável, mas dentro de alguns meses pode ser que não esteja. Qualquer estratégia em termos de crescimento de negócios, deve ter conectores e opções para se adequar ao mercado, pois ele não está mais estagnado e está sempre em mudança”, afirma Fátima.

Fátima afirma que nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, o número de beneficiários de planos de saúde coletivos empresariais cresceu mais do que o número de empregos formais. Isso indica um possível aumento na oferta de planos de saúde com benefício aos trabalhadores na Região Sudeste.

“Quem consegue sair da crise é aquele que tem capacidade de se adequar mais rápido, de entender que um problema tem caminhos e é necessário movimentar. Em termos de composição de receitas dos hospitais, as cooperativas triplicaram os faturamentos dentro dos hospitais e também verticalizaram”, destaca.

Confira entrevista com a Fátima:

Vitória tem 72% de cobertura. O que isso significa?

Isso na verdade mostra o trabalho coletivo que vem sendo feito no mercado. Não chamo atenção somente de Vitória na questão da taxa de cobertura, mas os empregos formais gerados e, a partir disso, um crescimento de vários beneficiários nos planos empresariais.

Nesse sentido, o trabalho com as corretoras e todo dimensionamento de produto de saúde para essa linha tem sido positivo quando comparamos com outras regiões. No ponto de vista da rede prestadora para esse atendimento, vemos uma região bem estruturada com números de leitos com alguma necessidade de complementação na região Centro-Norte com 2.47 leitos para mil beneficiários.

Em contrapartida, a Organização Nacional de Saúde - ONS fala em 2.5, então ainda temos algo para melhorar. Quando olhamos para a distribuição desses leitos entre SUS e privado, vemos maior demanda pela ala de pediatria/maternidade, mas que é comum em outras regiões do País.

O benefiário tem uma representatividade maior na faixa etária dos 30 aos 49 anos e 50,2% são do sexo feminino.

E a saúde no Brasil. Como você avalia a saúde até 2050?

O principal ponto é trabalhar muito bem a integridade dos dados e as bases de informações para que possamos fazer as análises corretas e correlações necessárias para acompanhar de perto o perfil e comportamento deste paciente que está consumindo serviços de saúde; conseguir diagnosticar de forma mais precoce e fazer mais ações de promoção e prevenção para ter, provavelmente, no futuro pessoas com menor criticidade.

Medicina preventiva é o caminho?

As pessoas querem resultados imediatos, mas quando se trabalha com promoção e prevenção não se colhe resultados a curto prazo. Quando esse beneficiário transita de uma operadora para outra, há o seguinte pensamento errôneo: “Por que vou investir em prevenção se daqui a pouco, o beneficiário vai estar no concorrente?” O problema, acredito que não seja esse. O problema é não investir e deixar o beneficiário ficar na sua carteira sem perspectivas.

Você falou que o usuário é o verdadeiro CEO da saúde. O que isso significa?

Significa que o usuário se tornou mais exigente e quer ter mais visibilidade de suas informações de saúde. Ele acompanha a qualificação daquilo que é feito de uma forma que era feito no passado. Eles chegam ao médico preparados e munidos de informações, seja por pesquisa na internet ou com conversas com outros usuários e, na hora da consulta, querem saber o que se pode esperar daquele atendimento.

Os dados gerados são a partir da saúde do paciente. Os dados são do paciente e, então, se estamos falando que o futuro segue a linha da gestão de informações do paciente, precisamos perguntar para o dono se ele quer isso.