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Saúde em Fórum

por Dra. Alice Sarcinelli

Hospital usa alta tecnologia no atendimento ao AVC

O aumento do número de brasileiros que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) assume patamares elevados. Segundo dados do Ministério da Saúde, em nove anos, as internações cresceram quase 40% no Brasil e passaram de 133 mil para 185 mil.

O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico. O isquêmico é quando há um entupimento em uma artéria por trombose de sangue, por placas de gordura ou por espasmo da musculatura, que impedem a circulação do sangue no cérebro. Já o hemorrágico é quando uma artéria se rompe e provoca sangramento no cérebro. As sequelas mais sérias são na locomoção.

Entre as principais fatores de risco estão a diabetes, a hipertensão arterial, obesidade, colesterol alto, tabagismo e sedentarismo. Pioneiro no Espírito Santo a disponibilizar aos pacientes a mais avançada tecnologia que permite reduzir o tempo de diagnóstico e de tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, o Hospital Santa Rita reúne alta tecnologia e qualificação médica com larga experiência para o mais ágil e assertivo atendimento neurológico, eliminando ou reduzindo ao máximo as possíveis sequelas de um AVC.

Por meio do software denominado RAPID, a equipe médica consegue avaliar com maior rapidez e precisão qual a conduta mais adequada para o paciente de forma individualizada, baseado no padrão do fluxo sanguíneo especifico de cada um.

O RAPID vem sendo utilizado no Santa Rita desde 2020.  Trata-se de um software que fica acoplado ao tomógrafo do Hospital para que, no momento da realização do exame de tomografia computadorizada (essencial em suspeitas de AVC) o resultado do exame seja enviado, via celular, para a equipe médica estudar o caso e definir o tratamento no menor tempo possível.

Isso significa que as equipes de neurologia, neurocirurgia, neurorradiologia diagnóstica e neurorradiologia intervencionista (neurointervenção) do Hospital Santa Rita recebem, em tempo real, nos seus aparelhos celulares, o resultado do exame separado por cores que indicam as áreas atingidas de forma definitiva e também as áreas do cérebro que, apesar de atingidas, ainda possuem viabilidade de tratamento desde que seja feita a desobstrução do local – o que os médicos chamam de “zona de penumbra” ou “área cerebral ainda viável”.

Crédito da foto: Freepik

Mais segurança e tempo de tratamento

De acordo com a equipe de neurocirurgia do Hospital Santa Rita e do Instituto de Cardiologia do Espírito Santo (Ices) - unidade Santa Rita, por meio desse software é possível tomar decisões mais objetivas e de maneira segura na assistência ao paciente com AVC.

De acordo com o neurocirurgião da equipe do Hospital Santa Rita, Dr. Tiago Madeira, o software ajuda a selecionar os pacientes que se beneficiarão de um procedimento percutâneo para a remoção do trombo que está obstruindo a artéria, pois em muitos casos, o cérebro, apesar de “isquemiado”, ainda tem condições de ter as funções neurológicas retomadas caso a artéria obstruída seja desobstruída. Essa desobstrução é feita por meio de um procedimento denominado trombectomia mecânica, realizado em sala de hemodinâmica.

Estudos recentemente publicados e com nível de evidência muito alto, demonstraram que alguns pacientes podem manter a viabilidade do cérebro isquemiado por até 24h. Nesses pacientes, a remoção do trombo, ainda que de forma tardia, minimizou de forma significativa ou mesmo reverteu de forma completa as sequelas neurológicas. Atutalmente, o software RAPID é o único recurso tecnológico existente capaz de dectar, com precisão, quais são esses pacientes que se beneficiarão de um tratamento em fase mais tardia (até 24h do início dos sintomas).

O RAPID está sendo utilizado em grandes hospitais do Brasil, como Sírio Libanês e Mater Dei, e já está fazendo grande diferença no tratamento do AVC.  Seu uso é relativamente novo. A partir de janeiro de 2018, estudos revolucionaram o tratamento quando comprovaram a viabilidade de tratar pacientes além das seis primeiras horas do AVC para até 24 horas desde o início dos sintomas, com o uso do RAPID.  

As equipes médicas acrescentam que a agilidade e eficiência do RAPID, somada à experiência médica, fizeram com que a quantidade de pacientes elegíveis para tratamento pós AVC isquêmico saltasse de 12.285, em 2017, para 25.269 em 2018 – considerando apenas os hospitais que utilizam o software RAPID.

Como funciona o Rapid

       

Principais sintomas do AVC

  • Nos músculos: dificuldade para caminhar, fraqueza em um dos lados do corpo, fraqueza muscular, incapacidade de coordenar movimentos musculares, instabilidade, músculos rígidos, paralisia com músculos fracos, problemas de coordenação, paralisia de um lado do corpo ou reflexos hiperativos. 
  • Na visão: perda temporária da visão em um olho, súbita perda da visão, visão dupla ou visão embaçada.
  • Na fala: dificuldade de fala, fala arrastada ou perda da fala. 
  • Sensorial: formigamento ou redução na sensação de tato. 
  • No rosto: dormência ou fraqueza muscular.
  • No corpo: tontura ou vertigem. 
  • Na cognição: confusão mental ou incapacidade de falar ou de entender o próprio idioma. 
  • Também é comum: dificuldade em engolir, dor de cabeça, fraqueza de um membro ou movimento rápido involuntário dos olhos.