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Saúde em Fórum

por Dra. Alice Sarcinelli

Foto Flávio Carvalho Fiocruz

Crédito da foto: Flávio Carvalho/Fiocruz

Investimentos no enfrentamento à dengue chegam a R$ 2,5 bilhões em 2024

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Com o objetivo de enfrentar o aumento recorde de casos de dengue em território nacional, o Ministério da Saúde já investiu mais de R$ 2,5 bilhões em 2024. Os recursos estão sendo utilizados por estados, municípios e Distrito Federal para reforçar as ações de vigilância e melhorar o atendimento médico à população.

Cerca de 580 municípios e 9 estados decretaram situação de emergência em saúde pública por arboviroses ao longo do ano e receberam incremento financeiro de cerca de R$ 244 milhões, por meio da Portaria GM/MS Nº 3.160. Ainda em 2024, os investimentos para manter as cidades abastecidas com inseticidas e biolarvicidas foram em torno de R$ 130 milhões.

Para a vacinação contra a dengue, foram investidos mais de R$ 500 milhões em 2024. Até o momento, 1921 municípios estão sendo contemplados em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. São 6,5 milhões de doses, suficientes para vacinar 3,2 milhões de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Para 2025, a pasta já contratou mais 9,5 milhões de doses – a capacidade máxima de fornecimento do único produtor mundial da vacina.

O Ministério da Saúde também investiu em novas tecnologias, como o método Wolbachia, no qual foram aplicados R$ 50 milhões. A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças.

Desde o início de 2024 até agora foram notificados cerca de 973 mil casos suspeitos de dengue no país, com 195 óbitos confirmados. No Espírito Santo, foram contabilizados, segundo dados do Monitoramento da Dengue da Secretaria de Saúde do Estado, 33,4 mil casos prováveis de dengue, com 41 óbitos confirmados sendo a maior área de concentração em Linhares, seguida de Aracruz e Afonso Cláudio.

Crédito da foto: Flávio Carvalho/Fiocruz

Novas ações em andamento

Entre as ações em implementação em 2024, está a ampliação do acesso à rede de atendimento, evitando mortes por dengue. Em municípios onde o número de casos aumentar, o Ministério da Saúde poderá sugerir a extensão do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), oferecendo atendimento em turnos adicionais, além de organizar salas para hidratação dos pacientes com quadros mais graves.

Tecnologias e novos métodos de controle

Além das ações de assistência, parte dos recursos será utilizada para implementar novas tecnologias de controle do vetor Aedes aegypti. Entre elas, o Wolbachia, insetos estéreis, borrifação residual intradomiciliar e estações disseminadoras de larvicidas. Além disso, a ampliação do uso de Bacillus Thuringienses Israelensis (BTi), para controle da disseminação do mosquito. A expectativa é aumentar o número de municípios beneficiados por essas tecnologias.

 

Desafios e a participação da sociedade

O Ministério da Saúde alerta que a forma mais eficaz de prevenir a dengue continua sendo a eliminação dos focos do mosquito, que se desenvolvem em água parada. Medidas simples como tampar caixas d'água, limpar ralos e pias, cobrir potes de água de animais e evitar o acúmulo de lixo são fundamentais para impedir a proliferação do vetor.

Além disso, a pasta recomenda que a população faça uma inspeção semanal em suas residências para identificar possíveis focos e receba os agentes de combate às endemias. O uso de repelentes e a instalação de telas em portas e janelas também são medidas importantes de proteção.