Meu filho é autista, e agora?

acervo pessoal

Quando recebi o convite para escrever sobre o autismo fiquei extremante honrada.

Poder dividir minhas experiências como mãe de um filho com Transtorno do Espectro Autista com outras mães me trouxe muita comoção, pois venho lutando para apoiar as mães que se encontram na mesma situação. Pensando assim, com o intuito de apoiar estas mães, fundei o Instituto Leide Pires, para falarmos sobre o autismo e sim, combatermos o preconceito que infelizmente, muitas pessoas ainda tem.

Quando nosso filho recebe o diagnóstico de autismo de um especialista, nós mães como ficamos?

Perdemos o chão, ficamos impotentes diante dessa situação, somos abatidas pela depressão e muitas vezes pensamos em desistir  de lutar, muitas vezes, inclusive, nos culpando por nos sentirmos fracas.

Precisamos do apoio de profissionais especializados para nos ajudar, pois sem este apoio, o caminho é muito mais longo e exaustivo.

A luta é diária, o tratamento é longo e muito custoso, o governo não oferece serviço gratuito para o tratamento e muitas famílias que muitas vezes nem tem dinheiro para comprar uma cesta básica, que dirá comprar passagens de ônibus para tentar algum tipo de tratamento. 

Por outro lado, existem muitas falas que podem mais machucar do que ajudar, as quais, são ouvidas constantemente por mães de autistas, por esse motivo gostaria de abraçar vocês mães como eu, que sofrem com o receio do futuro de nossos filhos.

Muitas dessas mães e pais estão exaustos e não sabem nem como pedir ajuda para o que gostariam que fosse óbvio mas não é. E às vezes não temos clareza daquilo que queremos ou como pedir. Isso gerou uma grande reflexão dentro de mim, e sempre que sou convidada  para falar com pessoas que vivem essa exaustão, como mães e pais atípicos, eu vou e conto a minha história.

Mães atípicas precisam de cuidados

As mães e pais atípicos, ou mães e pais de crianças com autismo, muitas vezes enfrentam desafios únicos que podem tornar difícil para elas sonharem e alcançarem seus próprios objetivos. Elas são muitas vezes sobrecarregadas com a responsabilidade de cuidar de seus filhos com necessidades especiais. Para apoiar as mães e pais atípicos em seu direito de sonhar, é importante oferecer recursos e apoio adequados.

Também é importante que a sociedade como um todo tenha mais compreensão e empatia em relação às necessidades das mães e pais atípicos. Isso pode incluir criar mais conscientização sobre o autismo e suas implicações, reconhecer a importância do papel das mães e pais atípicos na vida de seus filhos e na sociedade como um todo.

Leide Pires é empresária, advogada, escritora e mãe de autista