Festas de fim de ano e autismo: como os pais podem lidar com a situação

 

Com o período de festas de final de ano chegando é inevitável não pensar nas comemorações, no tempo com nossos familiares, na ceia de natal, na casa cheia, família animada e naquele parente que fala alto e que também extrapola um pouco na bebida.

Porém o que para uns é motivo de festa, para outros, pessoas atípicas, pode se tornar tortura. As pessoas que estão no espectro autista, tem uma maior sensibilidade a sons, luzes, aromas diferentes e contato físico.

O ato de abraçar ou certos tipos de comida, assim como de interagir socialmente pode ser penoso a esses indivíduos. Pessoas com TEA tem dificuldades de lidar com fogos de artifícios ou eventos barulhentos.

Esse tipo de evento pode ser muito desconfortável, causando ansiedade, irritação, hipersensibilidade sensorial, enfim, todo esse desconforto pode ser desgastante para o autista O autista adulto consegue disfarçar o seu desconforto, pois ao longo da vida conseguiu criar estratégias para disfarçar seu desconforto, e amenizar as crises, porém para as crianças isso fica difícil ou quase  impossível.

Contudo existem formas para o TEA ter um Natal e Ano novo agradáveis. Esses momentos, saudáveis, podem contribuir para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Entretanto, como fazer isso?

O primeiro passo é munir o indivíduo TEA de objetos que ajudam a diminuir o desconforto, como por exemplo:

• Abafador de ouvido para diminuir o barulho.

• Brinquedos favoritos.

• Óculos para amenizar a luz

• Comida favorita

• Sobremesa favorita

• Suco de frutas, etc.

Outros fatores, como limitar o tempo de participação nesses eventos, ajuda a gerenciar energia despendida na execução dessas atividades. Como por exemplo: chegar mais tarde ou ir embora mais cedo.

Lembrando que as festas precisam ser inclusivas. Explique para os familiares com carinho sobre o quanto é desconfortante para o TEA uma festa muito agitada com muito estímulos. Deixar isso claro facilita as coisas.

Os autistas precisam de apoio e compreensão, agir com respeito é o caminho mais fácil, consigo e com o próximo.

Respeitar o tempo de cada um é importante, pois não conseguimos medir o quanto é desconfortável determinadas situações podem ser para o TEA, o ato de acolher é importante.

Leide Pires é fundadora do Instituto Leide Pires. Mãe de autista, é autora do livro: “Muito prazer, sou mãe da Barbara. Leide Pires é formada em direito, administração e marketing.

Instagram: @colunaleiepires